Projeto da Indicação Geográfica da farinha de mandioca de SFI aprovado em 3º lugar no ranking nacional - Tribuna NF

Projeto da Indicação Geográfica da farinha de mandioca de SFI aprovado em 3º lugar no ranking nacional

São Francisco de Itabapoana (SFI) conquistou o 3º lugar no ranking nacional do Edital da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação para a obtenção do registro de Indicação Geográfica (IG) da farinha de mandioca produzida no município. A IG possibilitará agregar maior valor à farinha, a partir da valorização da produção regional, além de garantir ao consumidor a procedência e qualidade do produto com a certeza das especificidades de seu local de origem.

“Após a aprovação do projeto, haverá a liberação de recursos para a implementação de uma série de ações no setor farinheiro, por intermédio de verba federal e estadual. A dinâmica do segmento terá uma expansão muito abrangente em termos de qualificação, atividade econômica e melhoria de condições sanitárias das fábricas. A partir de agora, começaremos a cumprir as exigências, a fim de que possamos registrar o selo definitivo da IG da farinha de mandioca no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial)”, informou o secretário municipal de Agricultura, Enaldo Barreto.

Segundo o secretário, houve um trabalho árduo para que pudesse chegar até a etapa final para a obtenção da IG da farinha, tendo inicialmente procurado o coordenador regional do Sebrae/RJ, Guilherme Reche.

“Realizamos o 1° Diagnóstico de Potencialidade de IG para a farinha de SFI em 2020 e o resultado não foi recomendado. Em meados de julho/agosto de 2021, assim que assumi a gestão regional no Norte Fluminense, após muitas conversas com o secretário Enaldo, resolvi apostar na realização de um novo diagnóstico, dessa vez com articulação e adesão de diversas partes interessadas de forma mais integrada. Em setembro reunimos todo o grupo e fizemos o trabalho de consultoria, que em outubro teve a recomendação positiva documentada”, revelou Reche.

Vencida esta primeira etapa, Enaldo manteve contato com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa-RJ), já que alguns membros do órgão têm expertise em relação à questão da IG. “No Estado, só existem dois produtos com IG reconhecido e credenciado no INPI: a cachaça de Paraty e as pedras ornamentais de Santo Antônio de Pádua. Depois de obter informação no Mapa de que o Ministério da Educação tinha verba disponível para um projeto de IG, que deveria ser executado por um Instituto Federal, aguardamos a publicação do Edital para realizarmos a inscrição”.

Projeto é direcionado ao IFF de Cambuci

O secretário de Agricultura, então, procurou a direção do Instituto Federal Fluminense (IFF) de Cambuci para iniciar o trabalho e montar o projeto, tendo um prazo muito pequeno. “Realizamos uma reunião online com o Sebrae nacional e outra com representantes do Mapa, da cidade de Bragança, no Estado do Pará, que em maio do ano passado recebeu o último IG da farinha no Brasil, que explicaram como conseguiram essa expertise e montamos o projeto. Tivemos ainda que realizar um trabalho de conscientização junto à Associação dos Produtores e Fabricantes de Farinha de Mandioca de Travessão de Barra sobre as vantagens para o setor com a obtenção da IG”.

O coordenador de Extensão no Campus Avançado Cambuci do IFF, professor de Agroecologia Ricardo Tadeu Galvão Pereira, destacou que a instituição atuou como um articulador na construção do projeto para realização dos estudos necessários à obtenção do reconhecimento de IG.

“O projeto foi elaborado com muitas mãos, destacando-se a Associação dos Produtores e Fabricantes de Farinha de Mandioca de Travessão de Barra, Prefeitura de SFI através da Secretaria de Agricultura, Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), Mapa, Sebrae, Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Pró-Reitoria de Extensão do IFF, entre outros parceiros. A próxima etapa, que é o objetivo do projeto, é realizar os estudos para reconhecimento tais como o dossiê de notoriedade, caderno de especificações técnicas e a delimitação da área da indicação geográfica”.

Prefeita Francimara comemora a conquista

A prefeita Francimara Barbosa Lemos, parabenizou a todos pela conquista, em especial a Secretaria de Agricultura, através do titular da pasta, Enaldo, as instituições que contribuíram para o desenvolvimento do projeto, além de todos os membros da Associação dos Produtores e Fabricantes de Farinha de Mandioca de Travessão de Barra.

“Estamos na reta final para a obtenção definitiva do selo de IG. A qualidade da nossa farinha de mandioca já tem o reconhecimento aqui na nossa região, mas depois do registro de Indicação Geográfica, poderemos alcançar o mercado nacional e quem sabe até internacional. Nosso produto terá um destaque diferenciado levando vantagem sobre os demais concorrentes”, comemorou Francimara.

Já o coordenador regional do Sebrae/RJ declarou ser uma satisfação muito grande ter o privilégio de após uma tomada de decisão unilateral, oportunizar que diversas instituições pudessem se debruçar e construir um projeto de sucesso.

“A união das lideranças envolvidas é o reflexo do resultado alcançado até o momento. Sem o papel de cada um, na atuação conjunta e também individualizada, não seria possível e de fato será uma conquista muito grande para o município e principalmente para os produtores e sociedade. É o futuro sendo construído no presente. Acredito que a gestão sob a responsabilidade de grandes especialistas do IFF, com a representação dos produtores no grupo, não poderia ter sido melhor. O Sebrae dará todo o suporte e apoio para que os produtores possam ter um modelo de gestão mais qualificado, organizado e produtivo. A Secretaria de Agricultura, na figura de seu líder Enaldo, está de parabéns pela caminhada que apenas começou”, disse Reche.

O professor Ricardo mencionou os benefícios que o selo IG trará para o setor farinheiro do município. ”É importante destacar, que o reconhecimento da IG traz benefícios para toda a cadeia produtiva, mas em especial para os produtores de farinha de mandioca, que terão a qualidade do seu produto reconhecida e os consumidores que vão consumir uma farinha de qualidade reconhecida”, finalizou o coordenador de Extensão no Campus Avançado Cambuci do IFF.

AscomSFI*

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