Candidato à presidência da Alerj, Bacellar afirma que não haverá 'retaliação nem revanchismo' após eleição - Blog do Ralfe Reis

Candidato à presidência da Alerj, Bacellar afirma que não haverá ‘retaliação nem revanchismo’ após eleição

Em meio à guerra pela presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) — que evidenciou o racha no PL, com dois candidatos do partido ao posto —, Rodrigo Bacellar (preferido do governador Cláudio Castro, também do PL) e Jair Bittencourt tomaram posse nesta quarta-feira em clima de disputa. Bacellar esteve acompanhado de apoiadores, entre aliados políticos e deputados, com adesivos no peito em defesa de sua campanha. Mas, segundo ele, após a eleição desta quinta-feira, não haverá “retaliação nem revanchismo”.

— A Alerj é uma Casa plural e a necessidade da democracia pede o contraditório; por isso, é importante a outra chapa. Amanhã, encerrada a votação, não tem retaliação nem revanchismo. Quem ganhar tem de entender que é presidente de mais 69 colegas parlamentares, que precisa dar todo suporte ao governador e cobrar ações efetivas para vitória do povo do Rio — afirmou Bacellar.

De acordo com o deputado Jorge Felipe Neto (Avante), os adesivos foram feitos por Rodrigo Amorim (PTB) e estão sendo usados há dois dias, pelo menos, por deputados apoiadores. A distribuição começou logo após a confirmação da candidatura de Jair Bittencourt. Ao ser chamado para assinar o livro de posse, alguns deputados e parte dos assessores com adesivo de Bacellar aplaudiram o deputado.

Entre os apoiadores de Bacellar, o clima está entre “já ganhou”, como afirmam Dionise Lis ( PP) e Jorge Felipe, e “cautela”, como diz Pedro Brazão.

Afirmando que não estava necessariamente fazendo uma comparação com Rodrigo Bacellar, o deputado Márcio Canella (União) defendeu a candidatura de Jair Bittencourt (PL). Ele lembrou que no passado havia um acordo para que União Brasil indicasse o presidente por dois anos e o PL ficasse com os dois anos finais.

— Jair é o candidato mais preparado, com capacidade de diálogo, que ouve a todos. Para presidir a Alerj tem que ter equilíbrio e atender a esquerda e a direita — disse Canella.

No PSD, partido do prefeito Eduardo Paes, cinco dos seis votos vão para Jair Bittencourt. A exceção é Munir Francisco, que tem base eleitoral em Volta Redonda e uma dívida política com o governador, votando com Rodrigo Bacellar. Afirmando que não estava necessariamente fazendo uma comparação com o candidato aliado de Castro, o deputado Márcio Canella (União) defendeu a candidatura de Jair Bittencourt (PL).

Ex-presidente da Alerj, Paulo Mello também compareceu à posse e comentou a disputa pela presidência da casa. Para ele, Bacellar sai vitorioso da disputa.

— Você já viu governo perder eleição de mesa? Só se quiser — disse o deputado, numa referência ao governo ter o controle da máquina.

Na esquerda ainda não há uma posição consolidada. PT e PSOL tiveram reuniões entre terça-feira e esta quarta, mas embora a tendência seja fechar com Jair, o martelo só deve ser batido nesta quinta-feira, horas antes da votação.

‘Eleição e mineração só depois da eleição’

Enquanto os apoiadores dizem que o voto para Bacellar deve passar dos 40, os simpatizantes de Jair Bittencourt afirmam que o resultado será apertado.

— Lá atrás houve uma conversa entre as bancadas da base e todas elas declararam voto. Avançaram e agora lançaram uma chapa em cima da hora. Não existe tempo para fazer isso. Tem que ter uma nova reunião. Não houve prazo. Boa sorte para o mandato — afirmou Gustavo Tutuca, que também faz parte do primeiro escalão do governo Castro.

— Tinta de governo é difícil de enfrentar — disse André Correa (PP), que acredita que ainda possa haver um acordo até o fim do dia entre as duas chapas.

O partido tenta ser um bombeiro na briga dos dois candidatos. No entanto, ambos os lados parecem não querer mais conversar sobre uma possível aliança e descartam que possa haver desistência.

Na esquerda, Danny Balbi (PCdoB), que é considerada ainda uma dúvida, podendo votar em Jair Bittencourt ou permanecer neutra, disse que o partido ainda está conversando com o executivo estadual do partido em busca de uma definição.

— Os partidos de esquerda vão decidir em conjunto. A gente tem hoje à noite e amanhã para debater. O que nós queremos garantir é agendas e a participação adequada nossa no comando da Casa — disse Danny, afirmando estar orgulhosa por ser a primeira deputada trans da Alerj.

Fonte: O Globo

Comente