MDB nacional vai retirar ação de defesa de Pampolha após PL ameaçar romper aliança com Ricardo Nunes em São Paulo
O MDB nacional vai retirar a ação em que pede a manutenção do mandato do vice-governador Thiago Pampolha, caso o TRE julgue procedente a acusação de abuso do poder econômico nas eleições de 2022, por conta das contratações do Ceperj e da Uerj, informa Ricardo Bruno, do Agenda do Poder.
A decisão foi tomada após o presidente Nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ameaçar retirar o apoio do partido à reeleição do prefeito Ricardo Nunes em São Paulo caso o MDB persistisse na tentativa de desvincular Thiago Pampolha do caso.
– Vão retirar sim. O presidente do PMDB do Rio, Washington Reis, nem tinha conhecimento. Como posso fazer uma aliança em São Paulo se eles prejudicam o nosso governador no Rio? Não dá – confirmou Valdemar à Agenda do Poder.
Na manhã deste sábado, Washington Reis conversou com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, sobre o assunto. Decidiram em conjunto pela retirada da ação. Em seguida, Reis ligou para os advogados do partido para acertar os detalhes da peça sobre a desistência da defesa do mandato do vice.
– Sempre defendi o ingresso do Thiago em nossos quadros. É um grande nome, um grande político. Mas não concordo com essa ação. Não fui consultado – afirmou.
Antes de tomar a decisão de voltar atrás, Baleia Rossi ligou para Thiago Pampolha manifestando preocupação com a possibilidade de o PL de Jair Bolsonaro retirar o apoio de Ricardo Nunes em São Paulo. Disse que a reeleição do prefeito paulistano é o principal projeto do MDB e que, por mais que julgasse procedente a argumentação da defesa do vice-governador fluminense, nada poderia colocar em risco a aliança com o PL em São Paulo.
Na ação impetrada nesta sexta-feira, 03/05, o MDB argumentava que Pampolha “não concorreu, contribuiu ou participou, de maneira direta ou indireta, para a prática das condutas reputadas como abusivas e ilegais”. Dizia ainda que, diante da desistência do então candidato a vice, Washington Reis, Pampolha foi o escolhido para substituí-lo a poucos dias da eleição.
“Caso se considere caracterizada a prática abusiva, certo é que Thiago Pampolha sequer integrava os quadros da Administração Estadual quando da ocorrência das irregularidades apontadas”, argumentava o partido
O documento defende a manutenção do mandato do vice caso o TRE venha a decidir pela cassação da chapa Castro/Pampolha por abuso do poder econômico. Se este não for o entendimento da Corte, pede ainda que o vice assuma o governo até a realização de novas eleições.
Entenda o caso aqui:
