Delegada que investigava empresas ligadas a hospitais de campanha é 'bicada' para delegacia de turista - Tribuna NF

Delegada que investigava empresas ligadas a hospitais de campanha é ‘bicada’ para delegacia de turista

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Promessa de campanha do governador Wilson Witzel para a área de segurança, o Departamento Geral de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro fez parte das primeiras mudanças do novo secretário de Polícia Civil, o delegado Flávio Brito.

Junto com a mudança da cúpula da instituição, o secretário decidiu retirar do cargo a delegada Patrícia Alemany, até então diretora do departamento.

A decisão atinge a unidade que vinha investigando a licitação pela escolha das empresas que cuidariam da instalação dos sete hospitais de campanha planejados pelo governo do RJ.

Em nota, a Secretaria de Polícia Civil nega que vá enfraquecer o departamento (A nota completa está no final dessa reportagem).

A criação do departamento, em 2019, vinha atrelada ao fim da Secretaria de Segurança Pública. De um delegado, o departamento passou a ter cinco, além da autonomia nas investigações.

A Operação Cerco, que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do ex-governador Luiz Fernando Pezão, em Piraí, no Sul Fluminense, na sexta-feira (29) e a operação Assepsia, que investiga desvio de dinheiro público em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, estão entre as ações mais recentes do departamento e anterior às mudanças.

Com base na investigação do departamento sobre os hospitais de campanha é que a Procuradoria Geral da República (PGR) criou a operação Placebo, que investigou irregularidades nos hospitais de campanha. A PGR pediu e o Superior Tribunal de Justiça autorizou mandados de busca e apreensão em nome do governador Wilson Witzel e da mulher, Helena. Ambos suspeitos de envolvimento no esquema criminoso.

Estatísticas do Departamento de Lavagem

Bens bloqueados

  • 2018 – zero
  • 2019 – R$ 59,2 milhões

Valores bloqueados em contas bancárias

  • Em 2019 – R$ 81,9 milhões
  • 2020 – Em cinco meses, R$ 270 milhões

A mudança no departamento começou com a saída do secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, que pediu demissão dias depois da operação Placebo.

O G1 apurou que o novo secretário, o delegado Flávio Brito estuda um novo formato de atuação do departamento. A unidade passaria a ser ligada à Subsecretaria de Inteligência.

A delegada Patrícia Alemany, que comandava o núcleo, foi nomeada para a Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat).

A Polícia Civil divulgou uma nota sobre o caso:

As mudanças de titularidade publicadas no Boletim Interno da instituição são um processo natural quando assumem novas administrações. As trocas têm como objetivo oxigenar os trabalhos dos departamentos e delegacias, além de atingir as metas propostas pela gestão atual.

Desde a sua criação, o Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) é uma unidade subordinada à Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional (SSPIO).

A unidade permanecerá com estrutura administrativa idêntica, com o mesmo status de departamento, e ganhará reforço de no mínimo uma autoridade policial, além das atualmente lotadas, e de efetivo.

A delegada Patrícia Alemany não quis falar do assunto.

O Sindicato dos Delegados de Polícia enviou uma nota: “O Sindelpol preza e luta para que a Polícia Civil seja uma instituição autônoma, independente, para que não haja qualquer tipo de interferência política”.

G1*

Alerj

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