RJ está em 'curva descontrolada' e pode entrar em colapso no fim de maio, diz secretário de Saúde - Tribuna NF

RJ está em ‘curva descontrolada’ e pode entrar em colapso no fim de maio, diz secretário de Saúde

O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, disse nesta quarta-feira (29) que o Rio de Janeiro está em uma “curva descontrolada” de casos de Covid-19. Segundo ele, com a falta de leitos e o número de infectados em evolução, o estado deve entrar em colapso entre o fim de maio e o início de junho.

Pelo balanço divulgado pela própria secretaria na terça-feira (28), o estado tem 738 mortes e 8.504 casos de contágio confirmados.

[O colapso] vai acontecer lá na frente, infelizmente. Não foi diferente em nenhum outro país, mesmo nos mais estruturados em termos de equipamento e de logística. É uma característica dessa epidemia, desse vírus”, prevê Santos.

Projeção de 140 mil casos
Com poucos testes e os casos de subnotificação, o número de infectados, segundo o secretário, deve chegar a 140 mil pessoas.

“Nós temos 8 mil casos. Se a gente entender que tem de 15 a 20 de não diagnosticados para cada um desses, a gente tem uma base de 140 mil pessoas infectadas. Isso projeta para as próximas duas semanas a necessidade de 21 mil leitos de enfermaria e 7 mil de CTI, o que obviamente é matematicamente impossível”, disse Santos.

Mesmo com a abertura de 3,4 mil leitos dos hospitais de campanha, a situação, segundo ele, é similar ao que acontece em outros países.

“Não há sistema de saúde no mundo — a gente viu isso acontecer lá fora, Itália, Espanha, Estados Unidos —, quando você tem uma curva descontrolada desse nível, é impossível de um sistema de saúde acompanhar. O que a gente infelizmente imagina que vai acontecer nas próximas semanas, independentemente dos leitos que serão abertos, é que a necessidade por esses leitos seja muito maior do que a capacidade”, disse Santos.

O secretário explica, ainda, que mesmo que fossem abertos mais leitos, falta mão de obra qualificada para atuar no combate à Covid-19.

“Temos esse teto [3,4 mil leitos] porque não há profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, em número suficiente para abrir leitos”.

Mais de 300 pessoas com sintomas de Covid-19 estão na fila por uma vaga na UTI.

Sem leitos na capital e na Baixada Fluminense

Os casos de coronavírus avançam na Baixada Fluminense e em algumas cidades, como Duque de Caxias e Nova Iguaçu, não há mais nenhum leito de UTI disponível. Em muitas situações, faltam até macas para os pacientes.

O prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, já admite colapso na saúde da Baixada.

Segundo ele, há mais de 60 pessoas já internadas com Covid-19 no Hospital da Posse. A prefeitura vai tentar abrir mais 10 leitos, mas teme não dar conta da demanda.

Como o hospital atende também muitos baleados e acidentados, há um grande risco de contaminação por coronavírus.

Na capital fluminense, restam apenas 9 vagas para UTI para pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. Por isso, pacientes que estão em UPAs ou em enfermarias de hospitais não sabem quando vão conseguir ser transferidos para uma UTI.

G1*

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