Polícia do ES investiga venda de cigarros eletrônicos ‘batizados’ com fentanil e K9
A Polícia Civil está investigando a venda de cigarros eletrônicos “batizados” no Espírito Santo. Segundo a polícia, os cigarros apreendidos podem conter qualquer tipo de substância ilícita, inclusive fentanil e K9, substância que transforma usuários em “zumbis”. São drogas novas que circulam no país e que possuem efeitos muito fortes.
A comercialização de cigarros eletrônicos é proibida no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os cigarros que estão sendo investigados foram apreendidos durante a 2ª fase da Operação Vapor, realizada em cidades da Grande Vitória.
Durante essa operação, mais de 1.700 itens relacionados ao cigarro foram apreendidos. Um dos maiores fornecedores de cigarro eletrônico no estado também foi preso.
“Nós podemos constatar que entre os produtos apreendidos há produtos da China, Malásia, Singapura e Paraguai. Como são produtos proibidos e fabricados de forma clandestina, há a possiblidade de que neles sejam inseridos quaisquer substâncias nocivas à saúde, dentre as quais até mesmo drogas ilícitas. Há notícias concretas que revelam que já foram encontrados, por exemplo, substâncias como o K9”, explicou o delegado Guilherme Eugênio.
A K9, apesar de se chamada de maconha sintética, também é conhecida como spice, K4 e K2, mas não leva a erva natural. Entre dezenas de componentes, são usados ácido sulfúrico, que causa queimaduras em contato com a pele e mucosa; anestesia para cavalo; anabolizante de cavalo e massa plástica de funilaria. Isso tudo combinado causa um efeito “zumbi” nas pessoas.
Já o fentanil, por exemplo, é um anestésico 50 vezes mais viciante que a heroína, e cem vezes mais forte do que a morfina. E a polícia também acredita que pode estar sendo usada nos cigarros eletrônicos. A droga, inclusive, já foi encontrada em circulação no Espírito Santo.
O delegado disse que a polícia estadual e federal agora estão analisando em laboratórios as mercadorias que foram apreendidas.
“As polícias estaduais e a Polícia Federal dispõem de laboratórios de química que são capazes de identificar em produtos como esse a eventual existência de principio ativo de todas as as drogas ilícitas. São produtos perigosos que constituem uma caixa de surpresas ruins. Dali, nada de bom pode se esperar, somente substâncias nocivas ou até causadoras de uma dependência de potenciais incalculáveis “, disse o delegado.
Quem comercializa os cigarros eletrônicos pratica venda de produto nocivo à saúde. A situação só piora quando vendido para menores, que segundo o delegado, é a situação que mais ocorre.
“Em se tratando de menores, como é o caso, ainda na venda de produto que causa dependência. Implica ainda na comercialização de produtos de importação proibida, que também é prevista como crime. Há ainda a possibilidade de que exista até mesmo tráfico de drogas ilícitas, se houver a constatação da presença do princípio ativo de alguma droga ilícita entre essas mercadorias. E esse infrator ainda ocorreu lavagem de dinheiro e falsidade ideológica ao conceber o site por meio do qual ele criminalizava essas drogas”, relatou o delegado.
Fonte: G1