PM reformado é preso por suspeita de compra de votos no RJ; falta de pagamento revolta eleitores
Um policial militar reformado e mais dez pessoas foram presas nesta quarta-feira (5) por suspeita de participarem de um esquema de compra de votos no município de Três Rios, no Sul do estado.
Segundo as denúncias, o PM reformado Carlos Augusto da Silva, que é ex-vereador, seria o interlocutor entre os candidatos beneficiados e as pessoas que aceitaram vender seus votos.
Mais cedo, a Justiça Eleitoral determinou a busca e apreensão na casa do militar reformado. No local, os agentes encontraram R$ 18 mil, que seriam para pagar os votos comprados, e títulos de eleitores, além de anotações com informações sobre os acordos.
Ainda na operação, a Polícia Civil encontrou santinhos dos candidatos Marcos Tavares, eleito deputado federal, e Fabrício Baião, que não conseguiu se eleger.
Calote provoca revolta
Além da prática criminosa, os suspeitos também são acusados de não pagar os valores combinados por cada voto. O calote provocou revolta em muitos moradores do município que toparam participar do esquema.
Em um vídeo, é possível ver moradores cercando o PM reformado para reclamar da quebra do acordo. Em áudios, alguns moradores ameaçaram agredir e destruir bens do policial.
“Não deu dinheiro, pau nele. Não adianta que ele não vai ficar escondido. Ele pode esconder o carro. mas e a mercearia dele? e a cara dele? A cara dele vai estar aí daqui a pouco. Mete o pau nele”, disse um morador que se sentiu prejudicado.
“Minha opinião: Dá uma coça nele, quebra o carro dele, quebra o comércio dele e chama a polícia. Tudo resolvido”, completou outro morador.
Quem vende voto também pode ser preso
Todos os dez presos estão sendo ouvidos pelo delegado da 108ª DP (Três Rio), responsável pela investigação.
Em 2005, Carlos Augusto da Silva foi preso acusado de fazer parte da chamada quadrilha da farda, que esteve envolvida em homicídios, tráfico de drogas e roubo de cargas.
Segundo a legislação eleitoral, a tentativa de influenciar a vontade do eleitor, com a compra de votos, é crime eleitoral que pode ser punido com a cassação do registro ou do diploma do candidato envolvido, além de multa e da inelegibilidade do político por oito anos.
O eleitor que aceita vender seu voto também pode ser preso por até 4 anos.
G1*
