MPRJ abre inquérito para investigar denúncia sobre tio de Bruno Dauaire e outros supostos funcionários fantasmas da Alerj
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu um inquérito para investigar a denúncia exibida no RJ2 sobre funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que não trabalhavam, ou raramente cumpriam o expediente.
Em dezembro, a reportagem especial mostrou servidores efetivos da Alerj que ganhavam altos salários, mas alguns nem sabiam em qual comissão da Casa atuavam. Outros estavam a muitos quilômetros de distancia da assembleia em pleno horário de trabalho.
Uma das funcionárias mostradas na reportagem, Marli Regina de Souza Costa, ganhava R$ 23 mil por mês e estava há meses morando nos Estados Unidos.
Agora, o MPRJ está investigando os servidores da Alerj que recebiam, mas raramente ou nunca apareciam. O inquérito foi aberto este mês pela 5ª Promotoria de Tutela Coletiva da Cidadania. A Casa tem até o fim de fevereiro para dar explicações sobre os funcionários que não aparecem para trabalhar.
Também foi aberta uma sindicância na própria assembleia, mas o procedimento ainda não foi finalizado.
Funcionários se aposentam
Enquanto isso, ao menos 2 dos 8 servidores citados na reportagem se aposentaram. E com salários tão altos quanto os que recebiam quando estavam em atividade.
A aposentadoria de Luiz Fernando Nader saiu no Diário Oficial. O filho do ex-presidente da Alerj, José Nader, vai ganhar todo mês R$ 35 mil. A aposentadoria foi autorizada pela Mesa Diretora da assembleia.
Nader tem uma empresa que aluga caminhões no Centro de Barra Mansa.
Outro a se aposentar foi Ricardo Dauaire, o Cacá. Agora aposentado, o homem vai ganhar R$ 28 mil. Ele é tio do deputado estadual Bruno Dauaire (PSC), e bate ponto no estacionamento da família, no Centro de Campos dos Goytacazes.
Em nota, a Alerj informou que os salários da funcionária Marli Regina de Souza Costa foram suspensos preventivamente desde que a denúncia do RJ2 foi ao ar e a sindicância seja concluída.
Enquanto isso, a servidora espera o resultado da apuração nos Estados Unidos, para onde voltou em 4 de janeiro, após uma visita ao Brasil.