Júri elege no Rio os melhores vinhos brasileiros do ano - Tribuna NF

Júri elege no Rio os melhores vinhos brasileiros do ano

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Imagine um saguão lotado de garrafas de vinho de todos os matizes e experimentar todas?

Foi o que fez um grupo de amantes e especialistas na bebida ao longo desta semana, no Rio.

Enólogos, sommeliers e jornalistas especializados se reuniram em volta das taças para eleger os melhores rótulos nacionais de 2020. Os vinhos medalhistas serão conhecidos nesta sexta-feira (30).

Presidente do júri, Marcelo Copello contou que esta nona edição bateu recorde de amostras.

“São 1.309 vinhos de 144 vinícolas, todos brasileiros”, disse.

“A gente também está comemorando duas safras históricas: a de 2018, cujos vinhos de maior guarda chegam agora ao mercado, e a de 2020”, emendou.

Em jogo estão 51 categorias — também um recorde da competição —, que variam dentro dos brancos, dos tintos e dos espumantes, dependendo da uva. Ah, o suco não alcoólico também vale título.

Uma novidade este ano são os vinhos “naturais” na disputa. “São os orgânicos, os biodinâmicos e os naturais, uma elaboração com menos químicos”, explicou Copello.

As 51 categorias

  1. Bag in box cabernet sauvignon
  2. Bag in box merlot
  3. Branco chardonnay
  4. Branco cortes
  5. Branco de outras castas
  6. Branco gewurztraminer
  7. Branco moscato
  8. Branco orgânicos/naturais/biodinâmicos brancos
  9. Branco riesling itálico e renano
  10. Branco sauvignon blanc
  11. Branco viognier
  12. Brancos super premium
  13. Doces e fortificados
  14. Espumante brut branco champenoise
  15. Espumante brut branco charmat
  16. Espumante brut rosé champenoise
  17. Espumante brut rosé charmat
  18. Espumante demi-sec branco champenoise
  19. Espumante demi-sec branco charmat e champenoise
  20. Espumante demi-sec rosé (charmat e champenoise)
  21. Espumante extra-brut branco champenoise
  22. Espumante extra-brut branco charmat
  23. Espumante extra-brut rosé (champenoise e charmat)
  24. Espumante moscatel branco
  25. Espumante moscatel rosé
  26. Espumante nature branco champenoise
  27. Espumante nature rosé (champenoise e charmat)
  28. Espumante orgânicos/naturais/biodinâmicos espumantes
  29. Espumante prosecco/glera (charmat e champenoise)
  30. Espumante sur lie
  31. Espumante tinto
  32. Rosé
  33. Suco de uva integral branco
  34. Suco de uva integral tinto
  35. Tinto alicante bouschet
  36. Tinto ancellotta
  37. Tinto cabernet franc
  38. Tinto cabernet sauvignon
  39. Tinto cortes
  40. Tinto de outras castas
  41. Tinto malbec
  42. Tinto marselan
  43. Tinto merlot
  44. Tinto orgânicos/naturais/biodinâmicos
  45. Tinto petit verdot
  46. Tinto pinot noir
  47. Tinto sangiovese
  48. Tinto super premium
  49. Tinto syrah
  50. Tinto tannat
  51. Tinto touriga nacional

Como é a eleição

  • A disputa é “às cegas”: o jurado não sabe que vinho vai provar.
  • Cada categoria é apreciada em uma mesa com seis avaliadores.
  • As provas são em rodadas com seis taças; cada uma tem de 50 ml a 100 ml de vinho.
  • O julgador não bebe! Ele cheira, vê a cor, põe na boca, degusta… e cospe.
  • Em seguida, o avaliador dá a nota.
  • A mesa tem água à vontade e biscoitos neutros. “Mas não é obrigatório ‘limpar’ o paladar”, ressaltou Copello. “Quem limpa, na verdade, é o próximo vinho”, destacou.

“Como há muitas vinícolas concorrendo — são 144 —, a tendência é que haja uma pulverização das medalhas”, disse Copello.

“Temos as vinícolas grandes e tradicionais, que sempre ganham muitos prêmios, mas sempre há também as pequenas e novas, que surpreendem”, emendou.

Consumo em alta

 

Deunir Luis Argenta, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), comemora a visibilidade que as Grandes Provas trouxeram desde 2011.

De lá para cá, o número de competidores quase quintuplicou.

Evolução da Grande Prova Vinhos do Brasil

Edição Ano Amostras Vinícolas Categorias
2011 284 64 13
2018 916 117 31
2019 1072 122 41
2020 1309 144 51

“Evoluímos e alcançamos o reconhecimento da qualidade, mas temos ainda um longo caminho pela frente, atraindo novos públicos e ampliando este universo de apreciadores”, afirmou.

Argenta sustenta que “o Brasil vitivinícola é imenso”. “Temos 26 regiões produtoras, e o brasileiro está descobrindo esta diversidade.”

Descobrindo e bebendo mais — não houve ano melhor para a venda de vinhos no Brasil que 2020. Diferente do restante da economia, as políticas de isolamento social contra a disseminação do novo coronavírus tiveram papel importante para impulsionar os negócios.

Com o setor de eventos paralisado e fechamento de bares e restaurantes, o vinho ganhou espaço ao se tornar a escolha de bebida para momentos de lazer em casa.

Dados da Ideal Consulting mostram que a comercialização mensal da bebida em julho deste ano alcançou 63,4 milhões de litros – três vezes mais que o mês de março, com 21,3 milhões. Foram os meses em que o isolamento foi mais forte no país. De janeiro a agosto, foram 313,3 milhões de litros37% mais que no mesmo período do ano passado.

O aumento expressivo do segmento, contudo, vem de uma base muito baixa. A fatia dos vinhos finos brasileiros é de apenas 6% do mercado. Quem domina as vendas é o vinho de mesa (67%), feitos com variantes de uva mais baratas e para os quais muitos especialistas na bebida torcem o nariz.

São os finos que tentam bater de frente com produtores vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai, e que têm ampla procura de quem aprecia a bebida. Os tradicionais europeus – da França, Portugal e Itália, em especial – também costumam ter preços competitivos.

G1*

Alerj

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