José Carlos Lavouras é condenado a 12 anos de prisão por pagamento de R$ 11 milhões em propinas ao ex-governador Pezão - Tribuna NF

José Carlos Lavouras é condenado a 12 anos de prisão por pagamento de R$ 11 milhões em propinas ao ex-governador Pezão

Empresário José Carlos Lavouras

José Carlos Lavouras, que durante quase 30 anos foi presidente do Conselho de Administração da Federação das Empresas de Ônibus do Estado do Rio (Fetranspor), foi condenado a 12 anos e 28 dias de prisão em regime fechado no processo da Operação Boca de Lobo, desdobramento da Lava-Jato que levou o então governador Luiz Fernando Pezão para a cadeia, em novembro de 2018.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Lavouras, atuando como representante da Fetranspor, pagou R$ 11,4 milhões em propina a Pezão, entre 2014 e 2015. Em troca, o Governo do RJ teria “boa vontade” na análise de atos que beneficiassem as empresas de ônibus. O ex-governador nega todas as acusações.

“Terríveis são as consequências do crime de corrupção pelo qual José Carlos Lavouras é condenado, pois, além do prejuízo monetário causado aos cofres públicos, frustrou os interesses da sociedade. Ainda que não se possa afirmar que o comportamento deste condenado seja o responsável pela excepcional crise econômica vivenciada por este Estado, é indubitável que os episódios de corrupção tratados nestes autos diminuíram significativamente a legitimidade das autoridades estaduais na busca para a solução da crise atual”, escreveu na sentença, do final do mês passado, o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Na prática, Lavouras não vai para a cadeia porque a pena será convertida nos termos no acordo de delação premiada que ele fechou com a Procuradoria-Geral da República. O acordo prevê início do cumprimento de pena em regime domiciliar.

Em nota, o advogado Alexandre Lopes, que defende Lavouras, disse que “os ditames da lei sempre serão os ditames buscados pela defesa”.

Lavouras tem dupla cidadania e vive em Portugal desde julho de 2017, quando Bretas decretou a sua prisão preventiva na Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato no Rio que desvendou o esquema de corrupção na Fetranspor. No início de 2021, a delação premiada de Lavouras foi homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Pezão e Cabral condenados

Em junho do ano passado, o ex-governador Luiz Fernando Pezão já tinha sido condenado neste mesmo processo a 98 anos 11 meses e 11 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva, ativa, organização criminosa e de lavagem de dinheiro.

Foi a primeira condenação de Pezão, que nega todas as acusações, na Lava Jato. Como cabe recurso, Pezão poderá responder em liberdade até o trânsito em julgado.

Outras dez pessoas também foram condenadas pelo juiz Marcelo Bretas na Operação Boca de Lobo, entre eles o também ex-governador Sérgio Cabral.

G1*

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