TRE determina quebra do sigilo bancário de empresas contratadas pela campanha de Castro; veja a decisão - Blog do Ralfe Reis

TRE determina quebra do sigilo bancário de empresas contratadas pela campanha de Castro; veja a decisão

O Tribunal Regional Eleitoral determinou a quebra do sigilo bancário de seis empresas contratadas pela campanha da reeleição do governador Cláudio Castro, informa o G1.

As seis empresas que estão na mira da Justiça Eleitoral ganharam juntas mais de R$ 10 milhões da campanha à reeleição do governador, de dinheiro do fundo eleitoral.

A desembargadora Alessandra Bilac Pinto determinou a quebra do sigilo bancário de todas as contas de depósito, poupança e de investimentos dos seguintes fornecedores:

  • Cinqloc Empreendimentos
  • Car Service Logística e Eventos
  • WR car service
  • Posto Novo Recreio
  • Vitoraci Comunicação
  • e 8em7 Inteligência em Comunicação.

O blog teve acesso a decisão, onde aparecem políticos e notórios empresários do ramo do lixo, locação de veículos e outros serviços aleatórios. Confira a decisão: Decisão quebra de sigilo -Ação Castro Pampolha

Com a decisão do TRE, todas as movimentações financeiras dessas empresas feitas num período de três meses, entre agosto e outubro do ano passado, vão ser rastreadas.

Nesse processo, o Ministério Público Eleitoral já apontou irregularidades nos gastos da campanha de Cláudio Castro e pediu a cassação do diploma do governador reeleito e do vice Thiago Pampolha.

A procuradoria afirma que há indícios de que algumas empresas contratadas pela chapa vencedora não tinham como fornecer os serviços.

A relatora do caso afirmou que somente o afastamento do sigilo bancário das pessoas jurídicas permitirá a análise da destinação final dos recursos do fundo eleitoral, o que poderá confirmar ou não os indícios apontados pela procuradoria eleitoral de realização de gastos ilícitos pela campanha.

Uma das empresas investigadas pelo Ministério Público Eleitoral, a Cinqloc, contratada pela chapa vencedora pra mobilizar cabos eleitorais, ganhou mais de R$ 4 milhões do fundo eleitoral.

O endereço da Cinqloc era uma casa em Duque de Caxias. Até julho do ano passado, a dona da empresa era Evandreza Henrique, que foi candidata a deputada estadual. Atualmente, a Cinqloc está no nome de Lucia Helena Siqueira Lopes de Jesus, uma senhora de 65 anos que, segundo o Ministério Público, nunca teve um registro de trabalho.

Apesar de ter sido escolhida pela campanha pra contratar cabos eleitorais, a Cinqloc tem como atividade principal na receita federal o ramo de concessionárias de rodovias, pontes e túneis.

O gasto de quase R$ 500 mil com combustível também entrou na mira dos investigadores.

Com a determinação do TRE, outra empresa que terá as movimentações financeiras rastreadas é o Posto Novo Recreio, ligado ao empresário Fernando Trabach, que já foi preso acusado de participar de esquemas de corrupção.

Dos 12 postos contratados pela campanha de Cláudio Castro,10 eram ligados à família Trabach.

A campanha de Cláudio Castro e Thiago Pampolha disse que todas as empresas vinculadas à campanha foram regularmente contratadas.

Que os serviços foram devidamente prestados e os documentos comprobatórios reconhecidos pela Justiça Eleitoral, que aprovou as contas por unanimidade.

A WR Car Service afirmou que é estabelecida desde de 26 de janeiro de 2001, “sendo uma das principais empresas de Locacao, Logistica de eventos, tendo participado dos principais eventos, publicos e privados, no Rio de Janeiro e no Brasil, ao longo de seus 22 anos de mercado”, tais como o carnaval do Rio (camarotes e empresas), a Rio+20, Rock in Rio, entre outros. “Chega a ser ofensivo para nossa empresa e aos nossos colaboradores não nos acharem capacitados a atender a locacao de 15 Micro Onibus por 21 dias ao Comite de campanha”, acrescentou, afirmando ainda que quanto a prestação de contas, não é da responsabilidade da empresa. “Praticamos junto ao comite de campanha o procedimento normal com qualquer empresa, emissao da Nota Fiscal e prestado o servico”, disse a empresa, em nota para o G1.

Outras empresas ainda não se manifestaram.

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