Respiradores comprados pelo RJ e parados no Aeroporto do Galeão têm falhas, indica relatório - Tribuna NF

Respiradores comprados pelo RJ e parados no Aeroporto do Galeão têm falhas, indica relatório

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Os 97 respiradores pulmonares apreendidos durante uma investigação sobre desvios de recursos públicos da Saúde do Rio de Janeiro –e que estão parados no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão – têm falhas, segundo relatório da Secretaria estadual de Saúde. A pasta não sabe se os equipamentos podem ser usados para tratar pacientes com Covid-19.

Como exibido pela GloboNews neste sábado (27), a chegada dos quase 100 aparelhos no aeroporto era para ser uma boa notícia para pacientes e profissionais de saúde que lutam contra a pandemia. Os equipamentos vieram da China e foram vendidos ao governo pela MHS Produtos e Serviços, contratada sem licitação. Cada respirador custou R$ 187 mil.

A empresa recebeu, antecipadamente, R$ 18 milhões, mas o carregamento chegou ao estado com quase dois meses de atraso. E isso ocorreu depois da prisão do representante da empresa, acusado de fraudar a negociação. O ex-subsecretário de Saúde, Gabriell Neves, responsável pela compra, também foi preso.

Como o contrato entre a secretaria e a MHS já havia sido cancelado, a Justiça autorizou a entrega dos respiradores para os hospitais públicos. Mas um relatório encomendado pela própria Secretaria de Saúde apontou falhas no funcionamento. A análise foi feita por uma empresa especializada em produtos hospitalares.

Rogério Silveira, especialista em Terapia Intensiva, disse à GloboNews que o relatório indica alterações importantes no volume da quantidade de ar fornecido e no percentual de oxigênio. “São dois pontos fundamentais para pacientes com Covid”, explicou.

Além disso, o documento afirma que o aparelho não tem indicação externa de status de bateria e alarme visual e sonoro de ausência da rede elétrica. Este problema, segundo o relatório, pode fazer com que o equipamento desligue sem nenhum indicativo, o que é um risco para o paciente.

O relatório conclui que, nos testes realizados, não foi possível constatar que o respirador possa ser usado para atender pacientes com a Covid-19.

Sobre a situação, a Secretaria de Saúde informou, em nota, que montou uma equipe técnica para avaliar os respiradores parados no Galeão. Só depois das avaliação, disse a pasta, é que será possível saber se os aparelhos podem ser utilizados.

A MHS informou que não pode se manifestar sobre os respiradores porque não teve acesso ao relatório. Também disse que pediu à Justiça que técnicos designados pela empresa possam verificar a compatibilidade dos equipamentos para atender pacientes com a Covid-19.

A GloboNews não conseguiu respostas do ex-subsecretário de Saúde Gabriell Neves e do ex-secretário da pasta Edmar Santos.

G1*

Alerj

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