Quem é o dono da Ferrari F8 Spider apreendida no Porto?
A apreensão de uma Ferrari F8 Spider, ano 2022, pela Receita Federal no Porto do Rio, divulgada na última terça-feira, deixou uma pergunta no ar: quem é o dono do carro de luxo, cujo preço pode chegar a R$ 4,5 milhões? Segundo a Receita, a máquina foi apreendida porque o importador não tem “lastro financeiro” — ou seja, rendimentos — para adquirir um veículo desse valor.
A Ferrari chegou em janeiro deste ano ao Brasil, dentro de um contêiner, vinda da Alemanha. No dia 18 daquele mês, a Receita Federal começou a analisar a documentação apresentada para a importação do veículo e descobriu que o importador não tinha como bancar a compra. O valor informado pelo comprador para o carro foi de R$ 1,6 milhão — bem abaixo do preço de mercado. O órgão então pediu que o dono do carro, um homem de 37 anos, apresentasse os documentos que comprovassem sua capacidade financeira. Ele apresentou documentos com indícios de irregularidades.
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A partir daí, a Receita começou a fiscalizar o importador do superesportivo. Descobriu que ele não tem renda alguma. Não declarou Imposto de Renda nem pagou tributos nos últimos anos. Para a compra da Ferrari em seu próprio nome, como pessoa física, o homem usou dinheiro de empréstimos feitos a uma empresa — que tem ele mesmo como proprietário. Essa empresa, segundo a Receita Federal, não tem atividade operacional na sua área, a prestação de serviços de consultoria: nunca emitiu uma única nota fiscal. A suspeita do órgão é que o negócio de consultoria tenha servido apenas para a compra do carro. Só um dos empréstimos feitos pela empresa de consultoria ao próprio dono é de R$ 2 milhões.
— Quando se iniciou o procedimento de importação, havia indícios que o importador não teria capacidade financeira para realizar a importação do veículo. Ele abriu uma empresa em 2019 que não teve emissão de nenhuma nota fiscal até agora. Apenas recebeu empréstimos em 2021, 22 e 23 — explica o auditor da Receita Federal e atual delegado da alfândega do Porto do Rio de Janeiro, Pedro Thiago. — A apreensão do veículo foi um trabalho da Aduana da Receita Federal, que impede que esse tipo de bem adquirido de forma fraudulenta entre no país. A Aduana tem um papel importante.
O carro ficou retido desde janeiro, mas a apreensão só foi finalizada esta semana. A parte criminal do caso, segundo a Receita, deverá ficar a cargo da Polícia Federal. O veículo, salvo alguma decisão judicial em contrário, deverá ir a leilão daqui a aproximadamente seis meses.
Amarrada e lacrada
Até lá, a Ferrari F8 Spider vermelha vai ficar guardada em um contêiner com cerca de dez metros de comprimento, no depósito de carros do Porto do Rio. Com a traseira virada para a porta do compartimento, exibindo o cavallino rampante símbolo da marca, a máquina tem plásticos de proteção nos bancos de couro bege, janelas abertas para circulação de ar e rodas amarradas com lacre. Larga e comprida, com mais de 4,5 metros de comprimento e quase 2 metros de largura, a fera de 720 cavalos de potência sob o capô ocupa quase todo o espaço do contêiner. Segundo a assessoria da Receita Federal, é o primeiro veículo do tipo apreendido no Rio.
Equipada com um motor V8, a F8 Spider é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 2,9 segundos e é capaz de atingir velocidade máxima de 340 km/h. Para isso, o veículo de 1,5 tonelada conta com um câmbio de dupla embreagem e sete marchas.
Ao lado do galpão, um pátio-garagem armazena veículos comprados pelas concessionárias em outros países. As empresas prestam esclarecimentos para a Receita e os carros ficam no depósito do porto. Se no processo de verificação houver indícios de irregularidade, a mercadoria vai para a fiscalização e fica apreendida para conferência documental e física. Os carros que chegam na alfândega desembarcam no Terminal Roll on-Roll off transportados por navios específicos. Todos os veículos são direcionados para o edifício-garagem, onde permanecem até a liberação.
Dono da Ferrari F8 Spider entra na justiça para liberar veículo apreendido no Porto
Extra*

Vários comentários defendendo o “infrator” que ninguém sabe o nome. Estranho.
Quem é essa pessoa que fraudou a receita federal? Quem é o meliante? A que “familia” pertence?
Pra variar a m… do Estado brasileiro só atrapalhando a vida do cidadão. Bom mesmo é andar de carroça, viva Cuba!
Se atrapalhando ainda os Cidadãos de bem ainda fazem um rolo desses, imaginem se liberar geral.
Sinceramente não entendo como alguém tem coragem de comprar um carro desses, no momento atual do Brasil, em que os ladrões tomaram o poder.
Eu
V. Sa. não entendeu que esse caso trata-se de possível fraude?
Considerando-se a última frase, deduz-se facilmente que V.Sa. faz parte daquela parcela da população que nos últimos anos deu contundentes mostras de total alienação e ausência de cognição.
Eh minha
Para com os humanos normais a polícia federal age com esmero desempenho.
Queria ver essa mesma eficiência na área de embarque e desembarque destinadas às “”autoridades “”” desse nosso ilustre e íntegro aparato governamental……
Visto que nossos políticos são todos honestos e transparentes.
Interessante. Mesmo tendo descoberto tantas informações a respeito das práticas
inescrupulosas do importador, será que não valeria, pelo menos, uma ação judicial que viesse a parar a divulgada enchurrada de golpes praticados junto ao mercado financeiro por este anônimo comprador?