13/12/2024
Polícia

Policial civil é preso dentro de delegacia em operação contra fraude no seguro de roubo de carros

A Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam um policial civil, na manhã desta quinta-feira (1º), suspeito de integrar um grupo que aplica golpe em seguradoras de carro, forjando casos de roubo para receber indenizações. O homem, que não teve o nome revelado, foi detido dentro da 24ª DP (Piedade) no momento que dava expediente.

Os investigadores buscam cumprir outro mandado de prisão e 4 de busca e apreensão.

Os mandados foram expedidos pela 28ª Vara Criminal da Comarca da Capital e estão sendo cumpridos em Benfica, na Zona Norte do Rio, em Niterói e em Barra do Piraí.

A Operação Lástima, que além da Corregedoria da Polícia Civil conta com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) e a 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro (4ª PIP/MPRJ), atua contra os crimes de associação criminosa, fraude para recebimento de valor de seguro, peculato, desvio e inserção de dados falsos no sistema de informações da Polícia Civil.

Esquema criminoso

De acordo com as investigações, um policial civil lotado na 24º DP (Piedade), um empresário do ramo de veículos e um perito de uma empresa que trabalhava em uma prestadora de serviços em veículos atuavam em conjunto no esquema.

O ex-funcionário da prestadora, alvo do outro mandado de prisão, já trabalhou no Pátio Legal da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis da Polícia Civil, em Deodoro, na Zona Oeste da capital fluminense.

Os investigadores afirmam que o objetivo do grupo era conseguir a indenização das seguradoras fazendo falsos registros de roubo dos veículos. Assim, eles abordavam pessoas que estavam em dificuldades financeiras para participarem do esquema.

Fraude

As investigações dos promotores destacam que o policial investigado inseriu 173 ocorrências de roubo de veículos das 471 registradas pela 24ª DP no ano de 2023. Assim, chamou a atenção o fato de que ele havia sido o responsável por mais de 36% dos registros.

Em uma apuração mais minuciosa, os agentes perceberam que o policial realizou mais de 50% dos registros confeccionados nos meses de outubro e dezembro do ano passado. Ele registrou ocorrências até mesmo no período em que estava de férias.

As investigações também revelaram que os registros eram confeccionados sem a presença da suposta vítima, inclusive com falsificação de assinatura.

O perito era o responsável por intermediar a negociação com os donos de carros interessados em participar do golpe. A investigação da Corregedoria da Polícia Civil já apurou ao menos 4 falsas comunicações de roubos de veículos, onde os proprietários confessaram o esquema fraudulento.

A investigação segue para identificar se há participação de outros policiais e para desvendar, com exatidão, o paradeiro dos carros usados no esquema. Os agentes acreditam que eles são desmanchados ou ganham um novo registro, para serem vendidos em leilões.

G1*

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