PF faz operação para investigar suspeita de desvio de dinheiro da Codevasf envolvendo emenda de ministro das Comunicações
É a primeira operação da PF envolvendo um ministro do governo Lula. Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Luís/MA, Vitorino Freire/MA e Bacabal/MA. As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos alvos é a irmã de Juscelino Filho e prefeita de Vitorino Freire, Luanna Resende.
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma operação para investigar suspeitas de desvio de dinheiro público envolvendo uma emenda parlamentar do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, quando era deputado federal, repassada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Procurados pelo GLOBO, o Ministério das Comunicações e Juscelino Filho ainda não se manifestaram.
De acordo com a PF, a Operação Benesse tem a finalidade de desarticular organização criminosa estruturada para promover fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Codevasf.
Além dos mandados, também estão sendo cumpridas medidas cautelares diversas da prisão, tais como afastamento da função pública, suspensão de licitações e vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, bem como ordens de indisponibilidade de bens.
A investigação, iniciada em 2021, teve a sua primeira fase deflagrada em julho do ano passado, e a segunda, em outubro. A presente fase alcança o núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense.
Pelo fato de os elementos indicarem que o líder do núcleo público da organização criminosa ora investigada utiliza emendas parlamentares para incrementar o seu patrimônio, denominou-se esta fase investigativa de “benesse”, que significa vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
Fonte: O Globo
