Operação ‘After’: Mais de 200 mandados são cumpridos em vários estados
Mais de 200 mandados de prisão e de busca e apreensão são cumpridos em Uberlândia, Ituiutaba e mais 25 cidades do Brasil durante a Operação “After”, na manhã desta terça-feira (8). A ação tem como alvo organizações criminosas especializadas em tráfico de drogas, milícia armada e lavagem de dinheiro.
A ação é um desdobramento da Operação “Balada”, que desarticulou uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro em 2021.
De acordo com a Polícia Federal, são 110 mandados de prisão e 136 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins e Roraima.
Movimentação de R$ 1 bilhão
Segundo a PF, mais de R$ 1 bilhão foi movimentado durante a investigação e, parte desses valores, foram utilizados pelos envolvidos para comprar fazendas, casas, apartamentos, embarcações e veículos de luxo.
Em relação ao tráfico de drogas, os envolvidos atuavam no fornecimento de grandes quantidades de cocaína para traficantes no Triângulo Mineiro.
Sobre a milícia carioca, foi identificado um grupo que atuava na região da Baixada Fluminense, que explorava o serviço clandestino de “segurança armada” para transporte de cargas de grandes empresas. Um servidor público da área de segurança do Rio de Janeiro atuava em conjunto, também explorando o comércio ilegal de fuzis.
Ainda conforme a Polícia Federal, foi possível chegar ao grupo a partir dos envolvidos que realizavam lavagem de dinheiro no Triângulo Mineiro. Esse “setor” da organização criminosa administrava as contas bancárias em nomes de terceiros e nomes falsos, para burlar a fiscalização.
As contas bancárias utilizadas no esquema e o patrimônio identificados foram bloqueados por determinação judicial.
Operação Balada
A ação, que desencadeou a operação “After”, foi desencadeada no dia 5 de outubro de 2021 e ao menos 100 alvos foram presos e encaminhados para as unidades prisionais em Uberlândia. Mandados também foram cumpridos em outras cidades de Minas Gerais, além dos estados de Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.
Em Uberlândia, 96 presos foram levados até o Presídio de Uberlândia I, sendo 94 detentos homens e as duas advogadas. Já as outras 24 mulheres foram encaminhadas à Penitenciária de Uberlândia I.
Outros estados
Em Alagoas, foi preso o principal responsável pelo tráfico de drogas no Triângulo Mineiro, de acordo com a PF. Ele estava em um hotel de luxo da capital alagoana, onde passaria a semana, e era conhecido por realizar viagens caras e ter gosto refinado.
No Espírito Santo, foi preso um suspeito de ser fornecedor de drogas. No Mato Grosso, foram seis mandados de prisão.
A Operação “Balada” tem esse nome pelo fato dos investigados ostentarem em redes sociais a realização de diversas festas de luxo, sendo algumas até em outros países com altos gastos com uso de iates e carros esportivos.
Esquema
A organização investigada operava esquema estruturado de tráfico de drogas e preparava o material para ser vendido e utilizava insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. Em sete meses foram comprados insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.
Segundo a PF, a região do Triângulo Mineiro era onde o grupo criminoso armazenava a droga, que era encaminhada para outros estados. Após o armazenamento na região, o material era distribuído por todo o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e outras regiões de Minas Gerais.
Além de tráfico de drogas, o grupo também atuava no tráfico ilegal de armas de fogo. As armas eram comercializadas e, em seguida, destinada a grupos especializados no tráfico de drogas e roubos a banco no Triângulo Mineiro, além de uma facção criminosa no Rio de Janeiro (RJ).
Lavagem de dinheiro
Para poder dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um esquema de lavagem de dinheiro classificado pela própria PF como “sofisticado”. A estimativa é de que mais de R$ 2 bilhões tenham sido movimentados pelos investigados nos últimos dois anos.
G1*