MP pede o sequestro de bens de ex-procurador de Justiça investigado por receber propina do grupo de Sérgio Cabral - Tribuna NF

MP pede o sequestro de bens de ex-procurador de Justiça investigado por receber propina do grupo de Sérgio Cabral

O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu para que a Justiça torne indisponível e “sequestre” R$ 7,2 milhões em bens do ex-procurador de Justiça Cláudio Soares Lopes. A quantia, de acordo com o MP-RJ, é referente ao valor de propina recebida por Lopes durante o período em que chefiou a instituição entre março de 2009 a dezembro 2012.

Segundo as investigações do MP, Cláudio Soares Lopes foi cooptado pelo grupo do então governador Sérgio Cabral. Do grupo, o ex-procurador teria recebido, mensalmente, R$ 150 mil para inibir investigações e repassar informações privilegiadas sobre investigações. Cláudio Lopes foi preso no último dia 8 por determinação do Tribunal de Justiça do RJ.

O pedido do procurador geral de Justiça em exercício, Ricardo Ribeiro Martins é de que caso não tenha R$ 7,2 milhões nas contas de Cláudio Lopes, o sequestro pode incluir os móveis e imóveis de posse do ex-procurador geral.

Buscas devem ser feitas em cartórios, através da Corregedoria da Justiça do RJ, e no Detran para verificar veículos em nome de Cláudio Lopes.

“A imperiosa necessidade de se debelar o enriquecimento ilícito do denunciado Cláudio Lopes com a consequente decretação da perda dos proventos ilícitos que obteve com a prática dos crimes descritos na prefacial acusatória, bem como a necessidade de reparar os danos causados ao erário, sendo estas consequências de provável condenação, mostra-se imprescindível a decretação da medida de sequestro, e a consequente indisponibilidade, de tantos bens quantos bastem de seu patrimônio”, escreveu o procurador Ricardo Martins.

Casa em Mangaratiba

As investigações contra Cláudio Lopes não se limitam ao recebimento de propina. O MP-RJ quer descobrir por que o ex-procurador geral pagou R$ 850 mil por uma casa avaliada em R$ 2,5 milhões no condomínio Portobello.

O condomínio é o mesmo onde o ex-governador Cabral e outros investigados pela força-tarefa da Lava Jato no RJ adquiriram mansões. Entre eles, o ex-secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, um dos beneficiados pelos vazamentos de informações do MP realizados por Cláudio Lopes, segundo depoimentos prestados ao MPF e MP-RJ.

Chamou a atenção dos investigadores o fato de Cláudio Lopes declarar a compra em 2016, mas, em 2014, o ex-procurador adquiriu cinco aparelhos de ar condicionado e mandou entregar no condomínio Portobello.

“Assim, Lopes é suspeito de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Busca-se analisar, no período compreendido entre 1º de outubro de 2008 e 31 de dezembro de 2016, a forma como o restante do dinheiro de propina foi utilizado e, ainda, se houve depósitos ou transferências bancárias suspeitas, bem como se houve acréscimo patrimonial incompatível com os seus rendimentos”, explica o procurador-geral em exercício no documento enviado à Justiça.

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Fonte: G1

Alerj

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