Corretora de seguros é alvo de operação da PF e da Receita Federal contra lavagem de dinheiro
A Caixa Seguradora, que tem como acionista minoritária a Caixa Econômica Federal, é alvo de uma operação da Polícia Federal e da Receita Federal nesta quinta-feira (26) contra lavagem de dinheiro e sonegação.
A ação é desdobramento da Operação Descarte, que começou em março de 2018.
A corretora é investigada por ter contratado uma organização criminosa descoberta na operação, para supostamente prestar serviços jurídicos. O valor pago por esse trabalho era devolvido em espécie para a quadrilha. O prejuízo pode chegar a 28 milhões de reais.
São cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios dos investigados e de pessoas ligadas a diferentes organizações criminosas. As ações ocorrem nos municípios de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, o objetivo da operação é obter provas de operações fraudulentas utilizadas para sonegação fiscal, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de instituição financeira, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa.
O esquema
Os investigadores apontam que o valor pago pelos supostos serviços jurídicos era devolvido pela organização criminosa em espécie para pagamento a beneficiários ainda não identificados.
Nessa operação, também teriam participado um lobista de Brasília e o presidente da corretora de seguros.
Em fiscalização executada na corretora, auditores da Receita Federal identificaram operações superfaturadas. Os recursos eram destinados à pessoas físicas e jurídicas relacionadas aos dirigentes da corretora fiscalizada.
Dentre as pessoas jurídicas relacionadas aos diretores da corretora estão uma empresa patrimonial, uma empresa de intermediação de negócios e dois restaurantes.
Histórico
A Operação Descarte é uma força-tarefa composta por policiais federais, auditores fiscais da Receita Federal e por um procurador da República do Ministério Público Federal em São Paulo.
Em outubro, desdobramentos da operação miraram auditores fiscais da Receita Federal. Na mesma época, o banco BMG e membros da diretoria da instituição financeira foram alvos de busca e apreensão na ação.
A investigação surgiu a partir da delação premiada do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato.
A 1ª fase, deflagrada em março de 2018, mirava um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro comandado por uma concessionária que atua no serviço de limpeza pública da cidade de São Paulo.
Em 2019, uma empresa de turismo também foi alvo.