Conar vai investigar influenciadores por ‘publis’ de sites fraudulentos
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) revelou ao Extra que abrirá, até esta quarta-feira (12), um procedimento interno para investigar publicidades, feitas por influenciadores digitais, de sites fraudulentos que prometem pagar por avaliação de roupas em lojas virtuais. Internautas apontam Yanka Barreiros e Pétala Barreiros como alguns dos nomes famosos que divulgaram as plataformas. As duas juntas somam mais de quatro milhões de seguidores apenas no Instagram.
O Conar vai notificar nos próximos dias influenciadores envolvidos na polêmica e ouvirá as partes. Todo o processo de apuração pode durar cerca de 45 dias. Depois, baseado no Código Brasileiro de Regulamentação Publicitária, o conselho divulgará um parecer com a recomendação da pena.
O conselho de ética pode julgar que não houve nenhum desrespeito às normas de publicidade e arquivar o caso. Outra opção é recomendar uma penalidade, como alteração de parte da ‘publi’ postada. O Conar ainda pode advertir o anunciante e pedir a sustação do anúncio, se for concluído que todo o conceito da publicidade é antiético.
Procuradas pelo EXTRA, as influenciadoras Yanka Barreiros e Pétala Barreiros não enviaram posicionamento até a publicação desta matéria.
Entenda o caso
Segundo relatos de internautas, diversos influenciadores digitais têm divulgado, em vídeos publicados no Instagram, um aplicativo que promete pagar as pessoas para avaliarem roupas da varejista chinesa Shein. Nos anúncios, muitos ainda alertam os seguidores sobre a pouca quantidade de vagas, estimulando a correrem para garantir a ajuda na renda.
Na demonstração da dinâmica, o site usado é o “Money Looks”. Mas quem acessa o link divulgado por influenciadores é encaminhado, geralmente, para o “Segredo Dinheiro”, que ainda cobra do usuário uma taxa para liberar o seu pagamento por avaliações.
O Registro.br, que administra domínios de site com final .br, aponta que o proprietário do “Money Looks” é Samuel Lago Fogaça. O G1 não conseguiu contato com Samuel. Não foi possível verificar quem é o dono do segundo endereço.
Ao G1, a Shein afirmou que não tem relação alguma com os sites fraudulentos, usados enganosamente “para propagar informações falsas sobre a companhia, com uso indevido do nome e imagem da empresa”. A companhia contou que adotou as medidas legais cabíveis sobre o caso e vem promovendo medidas para inibir a propagação de informações que possam expor a empresa e seus consumidores. “A Shein recomenda ainda que nenhuma pessoa realize cadastros neste site, a fim de evitar o uso indevido de seus nomes, informações pessoais e dados bancários”, continuou na nota.
Fonte: Extra