Alea jacta est.
Por Douglas da Mata
Aos que pertencem a grupo político do atual Prefeito de Campos dos Goytacazes, ou ao grupo do Presidente da ALERJ, ou até os que não estão em nenhum desses “lados”, o fato é que salta aos olhos a diferença de estilos e, principalmente, os objetivos táticos e estratégicos de cada uma de suas lideranças.
Engana-se quem imagina que o Presidente da Câmara de Campos dos Goytacazes, Marcos Bacelar, seja o antagonista principal do atual Prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho.
Não é nada disso.
Marcos Bacelar é uma mera cabeça de ponte, um “posto avançado” de seu irmão na cidade de ambos.
Sua tarefa?
Desgastar o quanto puder o atual prefeito, mesmo que isso custe a ele (Marcos Bacelar) sua imagem e capital políticos, e até seu mandato, já que há entendimento razoável dos juristas de que a omissão em pautar a LOA pode acarretar algum tipo de responsabilidade criminal, e no âmbito da Câmara Municipal, de procedimento para cassação do mandato, na forma do Decreto-Lei 201/67 (Artigo 7º, III).
E nos parece que a situação chegou a esse ponto de não-retorno para Marcos Bacelar.
Não há mais nada que ele possa oferecer ao Prefeito Wladimir Garotinho em uma suposta negociação, isto é, nada que o próprio alcaide não consiga na Justiça e com pressão política na Câmara com a maioria que hoje detém.
Ao mesmo tempo, essa condição de preposto do irmão na tarefa de inviabilizar o sucesso político do prefeito nesse mandato, e no virtual próximo mandato, mas já com vistas a inviabilizá-lo em 2026, não deixa muita margem para manobra e novos acordos.
Faltou ao Presidente Marcos Bacelar duas coisas:
– Avaliar o tamanho político do prefeito e a dimensão do projeto de médio e longo prazo dele (prefeito) e;
– O tempo correto da ação, porque a permanente tensão criada pelo Presidente da Câmara, a mando de seu irmão Rodrigo, fortaleceu as hostes do Prefeito, pois havia um prazo para reagrupar e recuperar suas forças.
Agora, já era.
Como disse Churchill, a diferença da guerra e da política é que, nesta última, a gente morre e ressuscita várias vezes.
Bem, se isso é verdade, uma “vida política” de Marcos Bacelar acabou de ser sepultada.
A sorte (de Campos dos Goytacazes) está lançada, ou, Alea Jacta Est.