11/02/2025
Política

Alea jacta est.

Por Douglas da Mata

Aos que pertencem a grupo político do atual Prefeito de Campos dos Goytacazes, ou ao grupo do Presidente da ALERJ, ou até os que não estão em nenhum desses “lados”, o fato é que salta aos olhos a diferença de estilos e, principalmente, os objetivos táticos e estratégicos de cada uma de suas lideranças.

Engana-se quem imagina que o Presidente da Câmara de Campos dos Goytacazes, Marcos Bacelar, seja o antagonista principal do atual Prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho.

Não é nada disso.

Marcos Bacelar é uma mera cabeça de ponte, um “posto avançado” de seu irmão na cidade de ambos.

Sua tarefa?

Desgastar o quanto puder o atual prefeito, mesmo que isso custe a ele (Marcos Bacelar) sua imagem e capital políticos, e até seu mandato, já que há entendimento razoável dos juristas de que a omissão em pautar a LOA pode acarretar algum tipo de responsabilidade criminal, e no âmbito da Câmara Municipal, de procedimento para cassação do mandato, na forma do Decreto-Lei 201/67 (Artigo 7º, III).

E nos parece que a situação chegou a esse ponto de não-retorno para Marcos Bacelar.

Não há mais nada que ele possa oferecer ao Prefeito Wladimir Garotinho em uma suposta negociação, isto é, nada que o próprio alcaide não consiga na Justiça e com pressão política na Câmara com a maioria que hoje detém.

Ao mesmo tempo, essa condição de preposto do irmão na tarefa de inviabilizar o sucesso político do prefeito nesse mandato, e no virtual próximo mandato, mas já com vistas a inviabilizá-lo em 2026, não deixa muita margem para manobra e novos acordos.

Faltou ao Presidente Marcos Bacelar duas coisas:

– Avaliar o tamanho político do prefeito e a dimensão do projeto de médio e longo prazo dele (prefeito) e;

– O tempo correto da ação, porque a permanente tensão criada pelo Presidente da Câmara, a mando de seu irmão Rodrigo, fortaleceu as hostes do Prefeito, pois havia um prazo para reagrupar e recuperar suas forças.

Agora, já era.

Como disse Churchill, a diferença da guerra e da política é que, nesta última, a gente morre e ressuscita várias vezes.

Bem, se isso é verdade, uma “vida política” de Marcos Bacelar acabou de ser sepultada.

A sorte (de Campos dos Goytacazes) está lançada, ou, Alea Jacta Est.

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