Poluição atinge peixes e praia da Barra fica tomada de toneladas de tainhas, robalos, carapicus e sardinhas mortos - Tribuna NF

Poluição atinge peixes e praia da Barra fica tomada de toneladas de tainhas, robalos, carapicus e sardinhas mortos

Toneladas de peixes mortos tomaram as águas da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira. Segundo o biólogo Mario Moscatelli, o “fundo pútrido” das lagoas de Jacarepaguá está tomado por sedimentos, lixo e esgoto, por isso, basta uma ressaca para remexê-lo. Depois de morrerem nas lagoas, os peixes estão sendo levados para as praias dos Amores e da Barra, junto do Quebra-Mar.

Com pouco oxigênio disponível nas lagoas da Barra da Tijuca, por conta do acúmulo de esgoto e lixo, os peixes que habitam o local não precisam de muito para estar em perigo. E esta quinta-feira é prova disso: seis toneladas de tainhas, robalos, carapicus e sardinhas, todos mortos, foram removidas na praia nesta manhã.

— Não é questão de falta de dinheiro, é falta de vontade política de atacar as causas da degradação: crescimento urbano desordenado e falta de saneamento universalizado. Nós transformamos bacias hidrográficas em valas de esgoto e lagoas em latrinas — observa Mario Moscatelli, biólogo que, mais uma vez, denuncia esse tipo de situação.

— Nós tivemos promessas de melhorias ambientais para os Jogos Pan-Americanos, que não aconteceram, depois vieram os Jogos Olímpicos, com mais promessas, e praticamente nenhuma aconteceu.

O biólogo — que acompanhou pessoalmente o trabalho de retirada dos peixes mortos — explica que, quando acontece uma ressaca, as águas do mar remexem o fundo das lagoas, o que elimina metano e gás sulfídrico, além de consumir o pouco oxigênio ainda existente ali. Mortos nas lagoas da Barra da Tijuca, os peixes percorrem o Canal da Joatinga e, assim, chegam à praia. A preocupação agora é com as espécies que sobreviveram ali, como os caranguejos que, assim como os peixes, vivem na água suja.

— Agora, cabe a quem assumiu a responsabilidade de fazer o saneamento nesta região resgatar esse imenso passivo ambiental, que não vai ser resgatado de uma hora para a outra, pois o monstro que foi criado durante décadas por impunidade e omissão é gigantesco. O meio ambiente neste país aqui está para ser consumido até a sua exaustão. Fico na dúvida do que vamos deixar para os nosso filhos e para as próximas gerações.

* Com informações do Extra

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