Polícia Civil faz operação para prender suspeitos de homicídios a mando de Glaidson - Tribuna NF

Polícia Civil faz operação para prender suspeitos de homicídios a mando de Glaidson

A Polícia Civil faz, neste sábado (18), uma operação para prender suspeitos de homicídios a mando de Glaidson Acácio dos Santos, o ‘Faraó dos Bitcoins’. Até a publicação desta reportagem, um homem foi preso.

Segundo a polícia, Filipe José Aleixo Guimarães foi preso nesta manhã em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

A Operação Sarcófago é um desmembramento da Operação Pullback, que investiga e tenta prender os integrantes da organização criminosa que encomendou e matou o investidor em criptomoedas Wesley Pessano, em julho deste ano em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos fluminense.

Os alvos da operação, segundo a polícia, são:

  • Glaidson Acácio dos Santos (preso em agosto);
  • Ananias da Cruz Vieira (preso em novembro no Espírito Santo);
  • Filipe José Aleixo Guimarães (preso neste sábado);
  • Daniel Aleixo Guimarães, vulgo Dani (procurado).

Segundo a investigação, Glaidson seria o mandante do crime que, motivado por interesses econômicos montou uma organização criminosa para eliminar seus concorrentes no mercado de captação de clientes para investimentos em criptoativos.

Ele está preso desde agosto, acusado de chefiar um esquema ilegal de investimento em criptomoedas, e é réu pela tentativa de homicídio contra Nilson Alves da Silva, o Nilsinho, em 20 de março deste ano, em Cabo Frio, também na Região dos Lagos. Nilsinho sobreviveu ao atentado.

Daniel Aleixo Guimarães é apontado pela polícia como braço direito de Glaidson. Segundo a polícia, Daniel chegou a montar, junto com o irmão Filipe, uma falsa empresa de serviços de inteligência, segurança e transporte de valores. A empresa é G.A.I., que tem capital inicial de R$ 5 milhões, servia de fachada para a prática dos crimes.

A polícia informou ainda que Daniel tem longa ficha criminal por furto, estelionato e receptação. Em 2015, chegou a ser preso pelo homicídio do ex-prefeito da cidade Macuco, Rogério Bianchini. Ficou dois anos na cadeia, foi pronunciado, mas recebeu o benefício de aguardar o júri em liberdade.

Segundo a polícia, com os últimos indiciados, são 12 suspeitos de participar da morte de Wesley e 10 presos.

Atividade típica de grupo de extermínio

Em decorrência da Operação Kryptos, que terminou com a prisão de Glaidson e parte dos envolvidos no esquema, a Polícia Federal conseguiu apreender celulares e ter acesso a conversas, por troca de mensagens, entre os denunciados.

O Ministério Público considerou que as mensagens mostram que a organização comandada por Glaidson era “direcionada à eliminação de seus concorrentes no mercado de captação de clientes para investimentos, em uma atividade típica de grupo de extermínio que guarda semelhanças com as antigas organizações mafiosas”.

Lucro ‘fácil’ em ‘criptomoedas’

Glaidson prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos em bitcoins, mas a força-tarefa afirma que a GAS nem sequer reaplicava os aportes em criptomoedas, enganando duplamente os clientes.

A empresa de Glaidson tinha muitos investidores em Cabo Frio, na Região dos Lagos fluminense, que se tornou um paraíso dos golpes do tipo pirâmide financeira e ganhou até o apelido de Novo Egito, como o Fantástico revelou na época.

“Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo certo que aproximadamente 50% dessa movimentação ocorreu nos últimos 12 meses”, informou a PF.

A GAS não tinha site nem perfis em redes sociais, e o telefone disponível na Receita Federal não funcionava.

De garçom a bilionário

Um registro do Ministério do Trabalho mostra que até 2014 Glaidson recebia pouco mais de R$ 800 por mês como garçom.

Em fevereiro deste ano, Glaidson fez uma festa de aniversário com direito a show do cantor João Gabriel. Dois meses depois, mais de R$ 7 milhões foram apreendidos em um helicóptero. O dinheiro estava em três malas e, segundo as investigações, seria levado para São Paulo por um casal que trabalhava para a GAS Consultoria Bitcoin.

Anteriormente, em um depoimento à polícia, Glaidson negou negociar criptomoedas. Alegou que atuava com “inteligência artificial, tecnologia da informação e produção de softwares”. Já para os clientes, o empresário dizia que investia no ramo das criptomoedas havia nove anos.

Além da GAS Consultoria Bitcoin, pelo menos dez empresas que oferecem investimentos com lucro alto e rápido na cidade são alvo de investigação.

G1*

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