‘Penso em voltar para a vida pública’, diz Pezão após absolvição por corrupção passiva no TRF-2
Absolvido do crime de corrupção passiva e ativa pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), o ex-governador Luiz Fernando Pezão afirmou que pretende voltar para a política.
“Penso em voltar para a vida pública sim. Mas uma coisa menor, talvez como prefeito da minha cidade, Piraí, mas ainda vou decidir isso mais para frente”, disse ao g1.
Durantes esse mês, Pezão teve duas absolvições e uma prescrição em processos na Justiça. A mais importante delas, no dia 12 de abril, quando o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) o absolveu das acusações de corrupção passiva e ativa, oriundas das investigações da Operação Boca de Lobo, uma das fases da Lava Jato.
A absolvição veio a partir de uma apelação criminal de Pezão que pedia a anulação da sentença do então juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, que havia condenado o ex-governador, em 2021, a quase 99 anos de cadeia por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Além do fim da condenação, a absolvição abre caminho para que Pezão volte para a política, uma vez que ele deixa de ter condenação em uma instância. Perguntado sobre a possibilidade de voltar à vida pública, ele confirma a pretensão.
Pezão também falou das absolvições fruto do que ele chamou de “espetacularização de ações”.
“Estão caindo uma a uma. Toda aquela espetacularização de ações na Justiça, que foi feita em cima de mim e da minha administração. Um monte de acusação em cima de indícios e delações, mas sem uma prova. Investigaram tudo da minha vida. Tenho o sigilo quebrado desde 2014 e não acharam nada. Vasculharam tudo da minha vida, da minha mulher e meus filhos”, disse.
‘Tive minha reputação jogada na lama’
Além da absolvição do TRF-2, o ex-governador foi comunicado no dia 24 de abril sobre a prescrição de uma ação no Tribunal de Contas da União, que auditava a construção do Arco Metropolitano, no Rio de Janeiro.
No dia 25, foi ele foi absolvido em uma ação que o acusava de improbidade administrativa por obras no Maracanã para os Jogos Olímpicos de 2016.
“Ao todo foram 12 ações por improbidade administrativa derrubadas. Passei por muita coisa difícil, ruim, tive minha reputação jogada na lama. Mas, apesar de tudo, de ter ficado 1 ano e 11 dias preso, sempre confiei na Justiça. Tenho 41 anos de vida pública e não ia jogar tudo fora assim. Nunca me servi da coisa pública”, diz.
Pezão ainda tem outros processos em andamento, mas acredita que sairá vencedor neles também.
“Fui investigado durante 8 anos. Tenho certidão do Coaf, da Receita Federal. Olharam tudo meu e não acharam nada que não fosse meu”, diz.
Luiz Fernado Pezão assumiu o governo do Rio de Janeiro em abril de 2014, após a renúncia de Sérgio Cabral. Foi eleito governador no pleito de 2014, para o exercício de 2015 a 2018.
Pezão foi preso pela Polícia Federal no dia 29 de novembro de 2018 no desenrolar da Operação Lava Jato, e solto no dia 10 de dezembro de 2019, após votação da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que substituiu a prisão por medidas cautelares.