Estado do Rio apresenta tendência de alta de dengue para as próximas semanas
Painel de monitoramento do GovRJ possibilita acompanhamento do cenário epidemiológico. Técnicos da secretaria percorrem as nove regiões do estado para auxiliar os municípios
Uma análise feita por técnicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) indica que o Rio de Janeiro apresenta tendência de alta nos casos de dengue para as próximas semanas. A avaliação foi feita através do painel de monitoramento das arboviroses, criado neste ano com a inauguração do Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ).
“Monitorar a circulação viral é rotina da Vigilância Epidemiológica da SES-RJ. Nos últimos anos, notamos a circulação dos tipos 1 e 2. A entrada de um novo sorotipo, como aconteceu nesta semana em relação ao tipo 4, nos deixa em alerta, uma vez que parte da população fica mais suscetível à infecção”, explica a secretária de Estado de Saúde, Cláudia Mello.
De acordo com a secretária, a circulação simultânea de diferentes sorotipos aumenta a possibilidade de epidemias e reinfecção da doença.
“Quando a reinfecção acontece, a probabilidade da doença se comportar de forma mais grave é ainda maior. Notamos que a estimativa de atraso na notificação dos casos, o chamado nowcasting, está acima do esperado. Isso indica aumento para as próximas semanas e meses”, afirma.
Com a construção do CIS-RJ e mais tecnologia à disposição os servidores e colaboradores construíram o painel para acompanhamento das arboviroses. A plataforma funciona como ferramenta de apoio e consulta para a população, imprensa e, especialmente, para os técnicos municipais.
A Superintendente de Emergências em Saúde Pública da SES-RJ, Silvia Carvalho, do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância da Secretaria de Estado de Saúde (CIEVS/SES-RJ), que integra o CIS, destaca que, dessa forma, é possível acompanhar o cenário epidemiológico do estado, das regiões e dos próprios municípios.
“O painel permite verificar não só a entrega, mas também avaliar a qualidade dos planos de contingência dos municípios para as arboviroses. Na última quinta-feira estivemos nas regiões Serrana e Centro-Sul auxiliando os municípios para atualização de seus protocolos e estratégias em casos de epidemias”, diz ela. “É também possível observar o número de casos e óbitos, além de fornecer estudos e análises do comportamento das doenças, especialmente a dengue, através do diagrama de controle”.
Os diagramas de controle são gráficos baseados na teoria de probabilidades que permitem comparar a incidência observada de um determinado evento com os limites máximo e mínimo da incidência esperada. Na dengue, funciona como método para identificação de epidemias, sendo este o instrumento mais sensível para detecção dos surtos.
Até esta sexta-feira (08.12), o estado do Rio registra 43.205 casos da doença, com 2.481 internações e 25 óbitos. Ainda conforme com dados extraídos do painel, o perfil mais acometido pela doença são mulheres entre 20 e 29 anos, de cor branca ou parda.
Na próxima semana, técnicos da SES-RJ realizarão uma capacitação para profissionais dos municípios fluminenses. Mais de 450 médicos confirmaram participação no treinamento, que ocorrerá de forma remota entre segunda (11) e terça-feira (12).
Visando a uma rápida resposta em caso de epidemia, a SES-RJ também adquiriu, de forma preventiva, e tem à disposição equipamentos para montagem de salas de hidratação nas cidades que solicitarem suporte. Os estoques de soro, antitérmicos e analgésicos também receberam reforço, embora a compra desses itens seja feita diretamente pelas Secretarias Municipais de Saúde.
A SES-RJ também está pronta para reforçar o atendimento nas 25 UPAS estaduais com a montagem de salas de hidratação e fluxo específico. Na última terça-feira (05), técnicos da secretaria participaram de um treinamento no Ministério da Saúde com a participação da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) sobre o manejo clínico de pacientes de dengue.
“Assim como os sintomas, o manejo clínico da dengue tipo 4 é o mesmo dos tipos 1, 2 e 3 desde a avaliação às recomendações de tratamento”, diz Daniela Vidal, médica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES-RJ.
Fonte: Ascom