Defesa Civil e UFF discutem impactos da erosão costeira no Farol de São Thomé - Tribuna NF

Defesa Civil e UFF discutem impactos da erosão costeira no Farol de São Thomé

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A mobilidade natural e o processo de erosão costeira nos 28km de litoral campista foram alvo de discussão, nesta terça-feira (24). O coordenador do GeoCosteira – grupo de pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF) -, professor Eduardo Bulhões, apresentou ao secretário de Defesa Civil, coronel Alcemir Pascoutto, o resultado do trabalho realizado, que aponta a necessidade de total atenção a dois pontos da orla do Farol de São Thomé: entre o Lagamar e Gaivotas, na região Sul da costa; e na localidade do Xexé, próximo à ponte Maria da Rosa, na região norte. Com o agravamento da situação neste período típico de invernada, os impactos têm sido mais agressivos e a Defesa Civil vem realizando intervenção em ambos os pontos.

Os estudos revelam que, por conta da erosão severa, avaliada com base nos últimos 30 anos, a região compreendida entre o Lagamar e Gaivotas é a que sofre maior impacto, com mobilidade na faixa de areia de três a cinco metros por ano. Já no Xexé, onde a erosão é avaliada como intensa, a mobilidade é de um a três metros por ano. A erosão é um processo de desgaste, que ocorre ao longo da linha da costa e se deve à ação das ondas, correntes marinhas e marés.

“A praia muda muito de posição ao longo do ano. Ela ganha ou perde 100 metros de faixa de areia naturalmente, com a mudança das estações. Isso chama-se mobilidade natural. O problema de não conhecer essas áreas é construir em cima delas, sem prever os danos que serão causados pelo curso natural do processo. Justo por isso, desenvolvemos trabalhos pensando no externo e fico muito feliz quando noto que a pesquisa teve utilidade pública”, ressaltou o coordenador.

Durante sua apresentação, Eduardo mostrou imagens de 2014, muito semelhantes às registradas neste ano, tanto no Xexé, quanto em Gaivotas. Ao ser informado sobre o projeto que prevê a construção de uma nova estrada a aproximadamente 150 metros do mar – para ligar o Xexé ao Açu, em São João da Barra-, ele concordou com a proposta e salientou que “se fosse numa distância menor, seria novamente atingida pelo mar em bem pouco tempo”.

Quanto ao núcleo urbano do litoral campista, na região próxima à Vila do Sol, o estudo aponta ser uma área segura em relação aos impactos da erosão costeira. O coordenador adiantou que o GeoCosteira está realizando uma pesquisa para avaliar quantas propriedades da área litorânea (de frente para o mar) do Farol estão em região de risco.

Já o secretário de Defesa Civil agradeceu pela oportunidade e colocou a Secretaria à disposição do GeoCosteira para promover a integração entre os grupos. “Estamos aqui colocando a Defesa Civil como laboratório para a universidade. Sabemos o quão importante é produzir informações e dados. Não à toa, fiz questão de compor a equipe da Defesa Civil com pessoas formadas em ambientes acadêmicos. São elas que me ajudam a pensar e desenvolver alternativas para avançarmos estrategicamente em nossas ações. Vamos debruçar sobre esta pesquisa e trabalharemos estrategicamente a prevenção no litoral do Farol de São Thomé a partir dela”, salientou Pascoutto.

Intervenções — Desde o início do inverno, a Defesa Civil tem atuado no Farol de São Thomé para minimizar os efeitos da ressaca na região. O período intensifica os impactos da erosão costeira, que pôde ser vista no Xexé, onde a estrada foi totalmente “engolida” pelo mar, havendo a necessidade de interdição por parte da Defesa Civil. E também na Gaivotas, onde a areia invadiu a pista por duas vezes, sendo necessário que a Secretaria fizesse a retirada para liberação do fluxo de veículos.

Subcom*

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