Alerj pede explicações à Seap sobre ‘saidinha de Natal’ de chefes do tráfico
A secretária da Administração Penitenciária (Seap) do Rio, Maria Rosa Lo Duca Nebel, terá que dar explicações a deputados da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) sobre as saídas temporárias de presidiários no estado.
Nesta terça-feira (2), Duca Nebel foi notificada a responder diversos questionamentos sobre quem tem direito ao benefício e como os detentos são escolhidos. O pedido de explicação foi feito pelo deputado Márcio Gualberto (PL), presidente da Comissão.
A solicitação acontece após 255 presos liberados para passar o Natal em casa não retornarem às respectivas unidades prisionais no dia 30, quando expirou o prazo. Eles já são considerados foragidos.
Ao todo, 1.785 presos foram beneficiados com a Visita Periódica ao Lar (VPL) pela Justiça fluminense. A medida é um benefício para o preso que tem bom comportamento, é réu primário e cumpriu 1/6 da pena ou é reincidente e cumpriu 1/4 da pena.
Entre os detentos que receberam o benefício estão chefes da maior facção de tráfico de drogas do Rio. São eles: Saulo Cristiano Oliveira Dias, o SL; e Paulo Sérgio Gomes da Silva, o Bin Laden.
Ao todo, a chefe da Seap terá que responder 14 perguntas, como:
- quais crimes foram imputados aos presos que receberam o benefício este ano;
- a quais facções criminosas eles pertenciam e que papéis desempenhavam;
- quantos deles usavam tornozeleira eletrônica ao deixar a cadeia;
- qual a periculosidade de cada um e quantos já foram recapturados.
Sem tornozeleiras
Por sua vez, o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) informou que não foi determinada a instalação de tornozeleiras eletrônicas nos apenados que tiveram os benefícios da Visita Periódica ao Lar (VPL), porque, em períodos curtos de sete dias, como o do Natal, e outras datas especiais, como Dia das Mães, o “Estado não possui estrutura nos presídios para instalação em tempo hábil dos equipamentos.”
O Tribunal de Justiça disse ainda que a instalação das tornozeleiras ocorre fora dos presídios, o que inviabiliza o processo nesses períodos curtos de saída.
Ainda de acordo com o TJRJ, a Vara de Execuções Penais (VEP) já expediu quase a totalidade dos mandados de prisão daqueles que não retornaram da “saídinha de Natal”.
Fonte: G1
