Alckmin será o coordenador da transição de governo Lula
O vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin (PSB), será o coordenador da transição de governo. O anúncio foi feito no começo da tarde desta terça-feira pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
A escolha é um gesto em direção ao centro e está em linha com os discursos feitos pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, no da vitória. O petista afirmou que precisará promover um amplo diálogo no país com a participação de vários partidos políticos.
Indagada se a indicação era uma sinalização, Gleisi respondeu:
— A gente já mostrou isso durante a campanha quando a fez essa frente ampla. E o Geraldo Alckmin é o vice-presidente da República, tem mais do que legitimidade e poder político e institucional para conduzir isso. A decisão do presidente foi nesse sentido.
Gleisi e o ex-ministro Aloizio Mercadante, que coordenou o programa de governo da candidatura de Lula, também vão integrar a equipe de transição. A presidente do PT disse ainda que serão designadas também pessoas por áreas.
— Como o Mercadante foi coordenador de programa de governo e tem essa relação com os nossos programas, ele vai estar junto na equipe e eu também vou estar junto na parte da política e na relação com os partidos. Quero deixar claro que vamos ter nessa comissão a participação de todos os partidos que tiveram conosco nessa caminhada — afirmou a dirigente petista.
Gleisi ainda destacou que os indicados para a transição não serão necessariamente ministros.
— Não há decisão sobre ministério. O presidente Lula não abriu essa discussão.
O trio já indicado pelo lado petista vai viajar a Brasília nesta semana para iniciar as discussões sobre a transição.
— Então vamos conversar com as pessoas e queremos começar isso já na próxima quinta-feira, então a nossa proposta ir para Brasília já ter uma reunião presencial com quem for a parte do governo que vai fazer essa essa transição. Para que a gente já possa colocar em operação a equipe de transição — disse Gleisi.
Segundo a dirigente, Alckmin já teve uma conversa com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para tratar de mudanças que Lula entende que deve ser feita no orçamento para 2023. Essa será o principal focos da equipe de transição no começo do trabalho.
Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não ter reconhecido o resultado da eleição, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ofereceu o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para ser a sede da transição. O ministro, segundo Gleisi, também disse que os nomes para a equipe poderiam ser passados para que ocorresse a nomeação.
— Ele (Ciro) me falou que está à disposição, que foi uma decisão do presidente instalar o processo de transição — afirmou a presidente do PT.
De acordo com a dirigente, ainda não há uma definição sobre onde Lula ficará nos próximos dias, mas a tendência é que, a partir do momento que a equipe de transição comece efetivamente os trabalhos, o novo presidente passa a maior parte do tempo em Brasília.
Na noite desta terça-feira, Lula deve viajar para a Bahia para descansar. Ele ficará em uma praia do estado até o fim da semana, mas deve fazer um ato político em Salvador para agradecer pela votação no Nordeste. Ele teve 69,34% dos votos válidos na região.
O Globo*