Witzel recebe transmissão de cargo de Dornelles e fala em 'guerra' a 'terroristas' - Tribuna NF

Witzel recebe transmissão de cargo de Dornelles e fala em ‘guerra’ a ‘terroristas’

Wilson Witzel recebeu nesta quarta-feira (2), das mãos do ex-governador em exercício, Francisco Dornelles, a faixa de governador do Rio de Janeiro, o mais alto posto do executivo estadual. A transmissão de cargo foi oficializada por volta das 14h30, em cerimônia simbólica no Palácio Guanabara.

Antes, Witzel passou em revista a guarda palaciana, com homens e mulheres da Polícia Militar, e reverenciou a bandeira. O governador voltou a dizer que tratará traficantes armados com fuzis no Rio como narcoterroristas e prometeu “guerra” contra os criminosos.

“Aquele que pega em armas e chama para si a guerra, a guerra deve ter (…) Como terroristas serão tratados. ”

“O crime organizado não pode estar mais com a liberdade que hoje dispõe de portar armas de guerra e ser tratado de forma romântica como sujeitos que não tiveram oportunidade. Todos tivemos oportunidade. Todos aqueles que quiserem estudar, trabalhar, persistindo encontrarão seu caminho”, acrescentou, antes de dizer, na entrevista coletiva, que formalizará ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, um pedido para federalizar uma unidade prisional do Rio e mais rigor nas penas a chefes do tráfico.

Acompanhado da primeira-dama, Helena Witzel, o governador também voltou a falar em reduzir os custos da máquina pública, aumentando a eficiência, com já havia feito em seu discurso de posse, na manhã de terça-feira (1º), na Assembleia Legislativa.

“Sabemos da missão que teremos pela frente, um déficit de R$ 8 bilhões. A ser enfrentado com redução de custos, do suor do trabalhador que paga os impostos”, disse o governador. “Vamos reduzir os custos, mas aumentar a qualidade do serviço público. “

O governador explicou os motivos de ter se emocionado ao ser empossado, na Alerj.

“Quero dizer que minha felicidade é extrema. Chorei de emoção ao ouvir o Hino Nacional. Chorei pelos nossos ancestrais que deram a vida pela nossa bandeira, pelo nosso país (…) Quero resgatar tradições. Elas são importantes pra manter vivo na memória o quanto já se fez para que esse estado hoje estivesse com a sua população com um mínimo de serviços públicos. “

Ao fim do discurso, os presentes – com um papel com as letras em mãos – cantaram o Hino do Estado do Rio. Em seguida, Dornelles se despediu do cargo e a banda da Polícia Militar tocou a marchinha “Cidade Maravilhosa”.

Por fim, foi iniciada a posse do novo secretariado e a benção ecumênica ao estado do Rio, com participação de representantes de várias religiões.

Ao abrir a cerimônia ecumênica, o babalorixá Ivanir dos Santos lembrou dos ataques aos terreiros de candomblé ocorridos no Rio e cobrou do governador que fossem tratados também como atos terroristas.

Em sua fala, Ivanir dos Santos fez um contraponto ao discurso de Witzel sobre oportunidades e a guerra contra o crime. Lembrou que foi tirado de casa aos 8 anos e internado na antiga Febem. Falou sobre sua mãe, que era prostituta na Praça Onze, no Centro, e “foi assassinada por um policial do esquadrão da morte de Olaria”.

O culto ecumênico teve a participação também do rabino Yossef Simonowits, do pastor batista Josue Valandro de Oliveira Jr e do cardeal arcebispo do Rio de Janeiro Dom Orani Tempesta, que encerrou a cerimônia ecumênica com a oração do Pai Nosso.

Witzel finalizou repetindo o slogan da campanha de Jair Bolsonaro, com coro dos presentes: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

O governador chegou por volta das 14h ao Palácio Guanabara, que contava com forte esquema de segurança. Homens do 2º Batalhão da Polícia Militar (Botafogo), agentes do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) patrulhavam o entorno da sede do governo.

A cerimônia contou com a revista da tropa, o desfile da guarda palaciana, a execução do Hino do Estado do Rio de Janeiro e uma bênção ecumênica.

Dornelles cita Pezão

Antes do discurso de Witzel, Dornelles – que exercia o cargo até o dia 31 de dezembro devido à prisão do agora ex-governador Luiz Fernando Pezão, preso na Lava Jato – formalizou a transmissão em um discurso de cerca de cinco minutos e manifestou confiança em Witzel.

“Transmito hoje, à Vossa Excelência, o cargo de governador do Rio de Janeiro”, declarou Dornelles, por volta das 14h20. “O povo do Rio de Janeiro acredita no sucesso de sua administração. “

Dornelles elogiou a “paciência” e a “persistência” de Pezão nos esforços para tirar o estado da crise financeira e disse que é preciso que Witzel renegocie o regime de recuperação fiscal.

“O governador Pezão, com enorme paciência e persistência, e com intervenção do presidente [Michel] Temer e do [presidente da Câmara] Rodrigo Maia conseguiu, com grande esforço, assinar regime de recuperação fiscal (…) Como Vossa Excelência aliás já mencionou, esse regime devera obrigatoriamente ser renegociado. “

A cerimônia de posse a de transmissão de cargo foram divididas em dois dias para que Witzel pudesse ir a Brasília acompanhar a posse do novo presidente da República, Jair Bolsonaro, na terça.

Reunião nesta quarta

De acordo com o novo governador, ainda nesta quarta acontecerá uma reunião geral, na qual começará a ser delineado o plano para os cem primeiros 100 dias do novo governo. Em 12 de janeiro, outro encontro com os responsáveis pelas pastas deve acontecer.

Fonte: G1

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