Socorro financeiro a estados e municípios passa no Senado e vai à sanção

O Senado aprovou nesta quarta-feira (6), em sessão remota, por 80 votos a zero, o projeto que prevê ajuda financeira da União a estados e municípios para tentar reduzir os impactos causados pela crise do coronavírus.
Como o texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, seguirá para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o texto, a União vai transferir diretamente a estados e municípios R$ 60 bilhões, divididos em quatro parcelas mensais. Os recursos, conforme a proposta, serão divididos da seguinte forma:
- R$ 50 bilhões: compensação pela queda de arrecadação (R$ 30 bilhões para estados e DF; R$ 20 bilhões para municípios);
 - R$ 10 bilhões: ações de saúde e assistência social (R$ 7 bilhões para estados e DF; R$ 3 bilhões para municípios).
 
O projeto ainda suspende as dívidas de estados e municípios com a União, inclusive os débitos previdenciários parcelados pelas prefeituras e que venceriam este ano. Este ponto pode gerar um impacto de R$ 60 bilhões à União.
Relatoria
O relator da proposta foi o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A escolha dele foi um movimento incomum, já que os presidentes da Câmara e do Senado não costumam assumir relatorias de projetos.
Alcolumbre negociou um texto que representasse uma espécie de “meio-termo” entre a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados e o texto defendido pelo governo federal.
A contrapartida encontrada foi a proibição de aumento de salários de servidores municipais, estaduais e federais até dezembro de 2021. Esta regra não permite a criação de bônus como os de desempenho, por exemplo. O texto veda qualquer iniciativa que gere aumento de despesas, desde criação de cargos e funções à realização de concursos.
Durante a primeira votação do projeto no Senado, parlamentares excluíram da regra de congelamento de remunerações os servidores civis e militares que atuam diretamente no combate à pandemia de Covid-19. Ficaram de fora da proibição, portanto, funcionários públicos das áreas da saúde, da segurança e os das Forças Armadas desde que trabalhem na contenção do coronavírus.
Esta medida, de acordo com a equipe econômica, se virasse lei, geraria economia de R$ 93 bilhões. A Câmara, porém, em votação nesta terça-feira (5), incluiu mais categorias, o que reduziu a economia para R$ 43 bilhões.
Alcolumbre apresentou nesta quarta novo relatório, em que acata parcialmente as sugestões dos deputados. O parecer libera o reajuste de salário para servidores da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), guardas municipais, trabalhadores da educação pública como os professores, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, funerários e de assistência social.
Mesmo com a incorporação dessas categorias, só poderão receber aumento os servidores que estejam na linha de frente do combate à pandemia.
De acordo com o parecer, apenas os seguintes servidores, desde que atuem diretamente no combate à pandemia, poderão sofrer reajuste de salário:
- funcionários públicos da área da saúde;
 - funcionários públicos da área de segurança;
 - militares das Forças Armadas;
 - servidores da Polícia Federal (PF);
 - servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
 - guardas municipais;
 - trabalhadores da educação pública como os professores;
 - agentes socioeducativos;
 - profissionais de limpeza urbana e de serviços funerários;
 - profissionais de assistência social.
 
A proposta suspende os prazos de validade de todos os concursos públicos homologados até o dia 20 de março. Os prazos voltam a correr após o término do período de calamidade pública. “A suspensão abrange todos os concursos públicos federais, estaduais e municipais, bem como os da administração direta ou indireta, já homologados”, esclarece o texto.
Divisão dos recursos
Saiba abaixo o que o projeto prevê sobre a divisão dos recursos:
R$ 7 bilhões para estados usarem em ações de saúde:
- pagamento dos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (Suas);
 - 40% dos recursos serão distribuídos conforme a taxa de incidência da doença;
 - 60% dos recursos serão distribuídos conforme a população.
 
R$ 3 bilhões para municípios usarem em ações de saúde:
- pagamento de profissionais do SUS e do Suas;
 
R$ 20 bilhões para os municípios
- Acre: R$ 198 milhões
 - Alagoas: R$ 412 milhões
 - Amapá: R$ 161 milhões
 - Amazonas: R$ 626 milhões
 - Bahia: R$ 1,6 bilhão
 - Ceará: R$ 918 milhões
 - Distrito Federal: R$ 467 milhões
 - Espírito Santo: R$ 712 milhões
 - Goiás: R$ 1,1 bilhão
 - Maranhão: R$ 732 milhões
 - Mato Grosso: R$ 1,3 bilhão
 - Mato Grosso do Sul: R$ 622 milhões
 - Minas Gerais: R$ 2,9 bilhões
 - Pará: R$ 1 bilhão
 - Paraíba: R$ 448 milhões
 - Paraná: R$ 1,7 bilhão
 - Pernambuco: R$ 1 bilhão
 - Piauí: R$ 401 milhões
 - Rio Grande do Norte: R$ 442 milhões
 - Rio Grande do Sul: R$ 1,9 bilhão
 - Rio de Janeiro: R$ 2 bilhões
 - Rondônia: R$ 335 milhões
 - Roraima: R$ 147 milhões
 - Santa Catarina: R$ 1,1 bilhão
 - São Paulo: R$ 6,6 bilhões
 - Sergipe: R$ 314 milhões
 - Tocantins: R$ 301 milhões.
 


