27/07/2024
Polícia

Quatro são presos por golpe que desviava precatórios no RJ; reais beneficiários nem sequer sabiam do dinheiro

Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira (4) na Operação Poseidon, contra um esquema que desviava precatórios judiciais com documentos falsos.

Precatórios são instrumentos utilizados pelo Judiciário para requisitar do Poder Público o pagamento a credores de dívidas decorrentes de processos transitados em julgado — quando não há mais chance de recurso.

Carlos André da Fonseca Cunha, Diego Silva Tobias, Marhyra Machado de Almeida e Patrick Rosa Barreto foram presos por equipes da 14ª DP (Leblon). Eles vão responder por falsificação de documento público e particular, estelionato contra idoso e associação criminosa.

Como era o golpe

Segundo as investigações, o grupo produzia procurações fraudulentas em nome de vítimas e realizava os saques em agências bancárias com documentos frios. Por vezes, os reais beneficiários nem sequer sabiam que o dinheiro havia sido liberado.

Patrick é apontado como o chefe da quadrilha. Advogado e professor de concurso, ele identificava os benefícios que já estavam liberados e iniciava o processo para a falsificação dos documentos necessários.

Em seguida, os outros integrantes angariavam comparsas que iriam até as agências para realizar os saques.

“Trata-se de uma associação criminosa, onde o advogado desponta como líder. As investigações revelaram que é ele quem seleciona os precatórios e providencia toda a documentação para que o valor seja resgatado na agência bancária. Além disso, é ele quem monitora a empreitada criminosa de perto. Não descartamos que haja envolvimento de servidores públicos na divulgação de informações privilegiadas acerca desses precatórios, uma vez que os criminosos se antecipam aos beneficiários no levantamento desses valores”, explicou a delegada adjunta Camila Lourenço.

Em uma das tentativas de golpe, o grupo produziu um documento falso de uma idosa que teria direito a R$ 40 mil. O plano funcionou até o momento da retirada da quantia no banco. Nos documentos apresentados à agência, a carteira de identidade falsificada da vítima apresentava uma foto diferente da original.

“A grande maioria das vítimas é de pessoas idosas. Muitas já até faleceram. Sabemos da demora do pagamento de um precatório, e por isso os criminosos têm facilidade para agir. O beneficiário de precatórios é vítima duas vezes, primeiro pela demora no recebimento, que leva anos, e depois, o beneficiário pode já até ter falecido e nem sua família conseguirá, porque os criminosos já se aproveitam do valor”, complementou a delegada titular da 14ª DP, Daniela Terra.

Fonte: G1

Alerj

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