08/10/2024
Política

Privatizar ou não a Petrobrás: Lula e Bolsonaro têm visões diferentes

No próximo domingo, 2 de outubro, o voto da população brasileira não vai decidir apenas quem governará o país nos próximos quatro anos. Também estará em jogo o futuro da maior empresa do país, que tem uma participação fundamental na economia do Norte Fluminense: a Petrobrás. Ela deve ser privatizada ou fortalecida como patrimônio do povo brasileiro?

Os dois presidenciáveis que lideram as pesquisas de intenção de voto têm visões antagônicas. Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é um defensor histórico da privatização. A proposta chegou a ser incluída por ele na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), primeira etapa necessária para que a companhia seja vendida ao capital privado.

Líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classifica de “estupidez” a ideia de privatizar a Petrobrás. O candidato do PT também critica a atual política de Preços de Paridade de Importação (PPI) adotada no governo de Michel Temer e mantida por Bolsonaro, que atrela o preço dos combustíveis ao dólar. Em seu programa de governo, ele promete alterar essa prática, que foi responsável pela alta nos preços dos combustíveis nos últimos anos.

Por trás do debate, está o futuro de uma gigante do setor de energia que produz mais de 2 milhões de barris de petróleo por dia e gera aproximadamente 86 mil empregos diretos. Além disso, responde por boa parte da receita dos municípios produtores de petróleo da região, através dos royalties.

Foco na reconstrução

Coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Tezeu Bezerra lembra que, ao longo das últimas duas décadas, a Petrobrás passou por um processo de reconstrução e fortalecimento enquanto estatal. “Nos últimos seis anos, no entanto, a política vem sendo de destruição. Na Bacia de Campos, os investimentos foram reduzidos a ¼ do valor de dez anos atrás”.

Em sua opinião, é necessário que o futuro presidente da República assuma o papel de reconstruir a companhia e retomar os investimentos na região para gerar mais empregos e renda, fazendo a economia girar. “Hoje a Petrobrás é uma empresa usada pelo governo Bolsonaro como uma grande ferramenta para beneficiar os ricos e acionistas vinculados a ela”, diz o diretor do Sindipetro-NF, lembrando que a empresa é lucrativa.

A população parece concordar com o ponto de vista de Tezeu. Uma pesquisa do PoderData, realizada entre os dias 19 e 21 de junho deste ano, mostra que 55% dos brasileiros são contrários à privatização da Petrobrás, contra 28% que se dizem a favor da desestatização da empresa.

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