06/10/2024
Campos

Pólio: Baixa cobertura vacinal favorece para a reintrodução do vírus no país

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) faz um alerta para que pais e responsáveis procurem os postos de vacinação para imunizarem as crianças menores de cinco anos (de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias) contra a Poliomielite. A preocupação vem em decorrência da baixa cobertura vacinal, o que favorece para a reintrodução do vírus no país.

Para que isso não aconteça, o infectologista e responsável técnico pela Vigilância e Saúde da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), Charbell Kury explica que a cobertura para pólio precisa melhorar em até 95%.

Em Campos, o último levantamento aponta que a cobertura acumulada de janeiro a agosto de 2022 é de 55,50%. Já a dose extra da Campanha Nacional contra a Poliomielite, iniciada em 8 de agosto, teve cobertura apenas 18,10%, muito aquém do esperado.

O médico explicou que houve uma queda da imunização contra a Poliomielite muito significativa, colocando em risco, hoje, toda a população pela baixa proteção e falta de vacinação. Ainda, de acordo com Kury, a cobertura caiu muito em função da pandemia da Covid-19, criando uma vulnerabilidade muito grande.

“Já temos um caso de Poliomielite nos Estados Unidos e a governadora de Nova York declarou emergência por causa de Pólio. Temos esgotos contaminados com o poliovírus nos EUA e no Brasil (São Paulo) e isso nos mostra que a doença está chegando”, alertou o infectologista, informando, ainda, que nos EUA não havia registros de casos da patologia desde 1993.

No Brasil, a cobertura da campanha estava em apenas de 34% e, por isso, foi prorrogada até o dia 30 de setembro. Em Campos, a secretaria ampliou os postos de vacinação contra a Poliomielite para crianças menores de cinco anos. A meta do município, que acompanha a do Ministério da Saúde, é de imunizar 95% do público-alvo, aproximadamente 35 mil crianças.

Há duas vacinas contra a Poliomielite disponíveis no calendário de vacinação: a VPO (vacina pólio oral) também conhecida por ser a vacina da gotinha e a VIP (vacina inativada pólio), administrada por via intramuscular.

“Se voltar a Pólio no país será culpa de quem não fez esse simples gesto de levar as crianças para tomarem a vacina, que previne contra a paralisia infantil. Nós estamos totalmente vulneráveis à chegada da Poliomielite e ela vai chegar se continuarmos assim”, afirmou Charbell pontuando, também, que não há circulação do vírus no Brasil desde 1990. O último caso de infecção no país foi em 1989, no estado da Paraíba (Nordeste).

Secom*

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