Polícia prende empresários suspeitos de fraudes de R$ 66 milhões na Fundação Leão XIII
Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do RJ prendeu nesta terça-feira (30) cinco suspeitos de fraudar licitações da Fundação Leão XIII. Duas pessoas ainda são procuradas.
A força-tarefa que levou à Operação Catarata afirma que o prejuízo com o esquema chegou a R$ 66 milhões.
A entidade, subordinada à vice-governadoria do estado, atende a população de baixa renda e em situação de rua, oferecendo serviços como exames de vista, cessão de pares de óculos e cirurgias oftalmológicas.
Até as 6h45, cinco pessoas foram presas:
- Daisy Luce Reis Couto;
- Flávio Salomão Chadud;
- Marcelle Braga Chadud;
- Marcus Vinicius Azevedo da Silva;
- Vitor Alves Silva Júnior.
A Justiça deferiu ainda 22 mandados de busca e apreensão. Um deles, nos quatro andares na sede da fundação, no Centro do Rio.
Equipes estão ainda em endereços em Resende e Angra dos Reis, no Sul Fluminense.
Os suspeitos estão sendo indiciados por organização criminosa, falsidade ideológica, peculato e fraude à licitação. A polícia solicitou ainda o bloqueio de bens dos envolvidos.
Entenda o esquema
Os quatro editais investigados na Operação Catarata foram para a aquisição de 560 mil armações de óculos, 560 mil consultas oftalmológicas e 560 mil exames de glicemia.
A polícia e o MP querem saber agora se os serviços foram efetivamente prestados, já que o valor total de R$ 66 milhões foram pagos.
As fraudes aconteceram entre 2015 e 2019 e foram descobertas pela Controladoria-Geral do Estado (CGE-RJ).
Segundo as investigações, houve simulação de concorrência. Empresas entravam na licitação com o objetivo de dar lances falsos – normalmente muito altos -, a fim de ‘direcionar’ a escolha da vencedora, a Servlog Rio.
Empresas investigadas:
- Tercebrás Serviços Eirelli;
- Grupo Galeno Distribuidora de Material Médico Hospitalar LTDA;
- Riomix 10 Serviços;
- Servlog Rio – apontada como a beneficiada no esquema.
As empresas vão responder administrativamente e podem ser punidas com base na Lei Anticorrupção em multa de até 20% de seu faturamento, com o teto de R$ 60 milhões.
Além disso, as companhias podem ser declaradas inidôneas e ficar proibidas de contratar com a Administração Pública.
G1*
