PF faz operação contra Trust Investing, suspeita de esquema de pirâmide com criptomoedas
Uma operação da Polícia Federal cumpre mandados contra um grupo de Mato Grosso do Sul responsável pelo esquema de pirâmide Trust Investing. Segundo as investigações, o esquema captou recursos de mais de 1,3 milhão de pessoas, em mais de 80 países, gerando um prejuízo de R$ 4,1 bilhões.
Na ação, foram bloqueados R$ 20 milhões em bens. Patrick Abrahão, marido de Perlla, é um dos presos na ação.
Estão sendo cumpridos seis mandados de prisão preventiva contra os líderes da organização criminosa e 41 mandados de busca e apreensão, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.
As investigações da Operação “La Casa de Papel” foram iniciadas no município de Dourados (MS), após a autuação de dois suspeitos que se deslocavam para a fronteira do Paraguai, com escolta armada, transportando esmeraldas avaliadas em 100 mil dólares, sem origem legal, em 2021.
Como funcionava o esquema
A empresa gerenciada pelos investigados oferecia pacotes de investimentos a partir de 15 dólares, com promessa de ganhos diários, que poderiam chegar a até 20% ao mês e mais de 300% ao ano, através de transações no mercado de criptoativos por supostos “traders” a serviço da empresa, os quais seriam utilizados para multiplicar o capital investido.
Investimentos com lucros vindos de minas de diamantes e esmeraldas que a empresa possuía no Brasil e exterior, em mercado de vinhos, de viagens, também eram oferecidos.
Além de vender a imagem de que toda a empresa era legalizada em diversos países do mundo, os investigados, usavam as redes sociais para persuadir as vítimas com o discurso de sucesso pessoal e de investimentos, com muitas publicações de ostentação, como viagens internacionais para Dubai, Cancun e Europa.
Todo dinheiro arrecadado era movimentado em contas bancárias dos investigados, empresas de fachada, parentes, além de terceiros ligados ao grupo, que, inclusive, contou com a auxílio de uma entidade religiosa que, sozinha, movimentou mais de R$ 15 milhões.
Criptomoedas
Em 2021, o grupo criou e lançou duas criptomoedas, sem qualquer lastro financeiro, para manter a pirâmide financeira o mais tempo possível em atividade, as criptomoeadas foram utilizadas para pagar os investidores.
No entanto despois de uma ação de manipulação de mercado para a valorização de uma das moedas que em apenas 15 horas, estava em 5.500%, com pico de até 38.000%, as criptomoedas perderam todo o valor.
G1*