PF apreende com rede de Patrick Abrahão R$ 5 milhões em carros de luxo
A Operação La Casa de Papel, na qual o empresário Patrick Abrahão foi preso, apreendeu cerca de R$ 5 milhões em carros de luxo, R$ 1,3 milhão em criptoativos e R$ 75 mil em espécie.
A Polícia Federal divulgou nesta quinta-feira (20) a lista com os bens apreendidos:
- 16 veículos, dentre eles está uma 1 BMW X6, que no mercado é avaliada em R$ 750 mil;
- 1 lancha HP Aqua I;
- 1 motoaquática;
- 100 cabeças de gado;
- 75 ovelhas;
- 268 kg de pedras verdes que se assemelham a esmeraldas, aguardando perícia e avaliação;
- R$ 21 mil;
- US$ 9250;
- 1280 euros;
- 250 mil dólares em criptoativos;
- Joias e relógios e canetas;
- 35 celulares;
- 15 computadores;
- Equipamentos eletrônicos;
- Documentos.
Além da apreensão, foi decretado o sequestro de vários bens, dentre eles imóveis em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
Pirâmide financeira
Preso nesta quarta-feira (19) na Zona Oeste do Rio, o empresário Patrick Abrahão, principal alvo da Operação La Casa de Papel, esperava, segundo a PF, formar uma pirâmide financeira com 3 milhões de pessoas.
De acordo com as investigações, o esquema da Trust Investing vinha captando investidores “até o momento de deflagração da operação” — apesar de muitos clientes reclamarem de prejuízo.
A Polícia Federal afirma que o golpe lesou 1,3 milhão de pessoas em R$ 4,1 bilhões.
Entenda como tudo funcionou, segundo as investigações.
Lucros impossíveis
Por meio de sites e aplicativos que mantinha nas redes sociais, a organização criminosa prometia que os investimentos seriam multiplicados em ganhos diários, que poderiam chegar a até 20% ao mês e a mais de 300% ao ano — nenhuma aplicação legal oferece tamanha rentabilidade.
A Trust Investing oferecia pacotes de investimentos e aportes financeiros que variavam de US$ 15 a US$ 100 mil, e os operadores sempre instavam os que ingressavam no negócio a captar novos investidores, em mecanismo que chamavam de “binário”.
Essa é a premissa de uma pirâmide financeira: os pagamentos dependem da entrada constante de participantes, e o esquema rui quando não há como sustentar os ganhos de todos.
Mas, para manter o esquema, segundo a PF, a rede se valeu de outros recursos.
Redes sociais
A PF afirma que os investigados apostavam maciçamente em redes sociais e no marketing, convocando reuniões em diversos estados e países e arregimentando “team leaders”.
O próprio Patrick Abrahão usava seus perfis para chamar a atenção para seu negócio. Lá, ele exibe imagens de palestras e mentorias, além de mostrar viagens pelo mundo, roupas de marca e carros de luxo.
Apenas no Instagram, Patrick possui mais de 3 milhões de seguidores.
“A ostentação era alimentada por veículos importados de altíssimo valor agregado, que eram adquiridos e exibidos com o fluxo de dinheiro captado, além de muito ouro, joias e roupas de grifes de altíssimo padrão, fotos acompanhadas com personalidades conhecidas e matérias jornalísticas propagando terem se tornado multimilionários com o negócio, tudo de modo a buscar atrair mais pessoas para e captar mais recursos”, diz a PF.
G1*