04/12/2024
Polícia

Mortes em Búzios: chefe da milícia da Praça Seca é uma das vítimas do ataque em bar

Horácio Souza Carvalho, que chefiou uma milícia nas favelas da Chacrinha e Bateau Mouche, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, e chegou a ser condenado a 22 anos de prisão por conta disso, é um dos dois homens mortos a tiros, na madrugada desta quarta-feira, em Búzios, na Região dos Lagos. Um documento em nome do miliciano foi localizado por policiais que investigam o crime, horas após o assassinato. Horácio saiu da cadeia após receber autorização, em abril, do Tribunal de Justiça do Rio, para trabalhar como auxiliar de serviços gerais em uma empresa, localizada na Zona Norte da capital.

A mesma medida judicial também autorizou Horácio a cumprir a pena em casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O crime ocorreu em um bar, na Avenida José Bento Ribeiro Santas, no bairro Manguinhos, em Búzios. Além da morte dos dois homens, outras duas pessoas ficaram feridas na ação, entre elas uma mulher. Os suspeitos de serem os autores do duplo assassinato foram presos, em flagrante, por policiais do 25º BPM (Cabo Frio), quando tentavam sair da cidade em um Hyundai HB20 branco. Os quatro presos são o cabo da PM Cristiano Nascimento Sá, lotado no 14º BPM (Bangu); o sargento da PM Ronaldo da Costa Silva, lotado no 16º BPM (Olaria); o policial penal Taylor Vidal Bruno; e um quarto homem, ainda sem identidade divulgada, que já respondeu por crime de milícia.

Testemunhas relataram a policiais militares do 25º BPM que quatro homens armados invadiram o bar e atiraram contra as vítimas. De acordo com informações preliminares, os dois homens que acabaram mortos chegaram ao comércio numa Land Rover branca. Eles estavam lanchando quando os quatro suspeitos, todos encapuzados, se aproximaram. A polícia acredita que os assassinos estavam seguindo as vítimas à espera do melhor momento para realizar a abordagem.

Horácio Souza Carvalho preso em 2018 — Foto: Reprodução

A Polícia Militar realizou um cerco no município e localizou os suspeitos de executar o crime num Hyundai HB20 branco, já perto de uma das saídas da cidade. No veículo foram encontrados cinco pistolas, 121 balas, três granadas, dez carregadores de pistolas, R$ 1.636, três pares de luva descartáveis e três toucas-ninja. O caso foi registrado na 127ª DP (Búzios).

Um dos quatro presos é o policial penal Taylor Vidal Bruno. Procurada, a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) afirmou que repudia “qualquer envolvimento de servidores em práticas criminosas” e informou que vai instaurar um procedimento administrativo disciplinar contra o inspetor de Polícia Penal preso.

A Polícia Civil vai investigar ainda se a dupla execução ocorrida em Búzios tem ou não alguma ligação com a morte do miliciano Leandro Siqueira de Assis, o Gargalhone. Suspeito de atuar com um grupo de paramilitares que conta com apoio de traficantes, na disputa pelo controle da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, Gargalhone foi baleado e seu corpo foi abandonado em um carro, na noite desta terça-feira, em frente ao Mercado do Peixe, na Barra da Tijuca.

Fonte: O Globo

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