Justiça decide soltar delegado Marcos Cipriano, acusado de envolvimento com o jogo do bicho
A Justiça do Rio decidiu soltar, nesta sexta-feira, o delegado Marcos Cipriano, preso em maio de 2022 pela Operação Calígula, acusado de integrar a quadrilha do contraventor Rogério de Andrade. Na decisão, o juiz Richard Robert Fairclough afirmou que a prisão preventiva não era mais necessária para garantir a ordem pública. No entanto, determinou uso de tornozeleira e recolhimento noturno.
“Considerando o fim da instrução, e por isonomia em relação aos demais réus em situação similar, não se justifica mais a prisão preventiva do réu MARCOS CIPRIANO, sendo suficiente para garantir a ordem pública cautelar diversa, qual seja, monitoramento eletrônico e recolhimento noturno, das 06:00 am até as 20:00 pm e finais de semana e feriados. EXPEÇA-SE ALVARÁ DE SOLTURA, oficie-se a Central de Monitoramento da SEAP para as providências necessárias no prazo de 05 dias”, escreveu o magistrado”, diz um trecho do documento.
Segundo o Ministério Público estadual, Cipriano e outros presos na operação integram a quadrilha de Rogério de Andrade. O PM reformado Ronnie Lessa — réu pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes — também faria parte da organização criminosa.
Em dezembro do ano passado, Cipriano foi transferido para o presídio de segurança máxima da Penitenciária Laércio da Costa, também conhecida como Bangu1. A medida foi tomada depois que ele foi flagrado usando o celular, de dentro da cela, para falar com a mulher, a também delegada Daniela dos Santos Rebelo Pinto.
Delegado há mais de 20 anos
Marcos Cipriano era delegado há mais de 20 anos e já ocupou o comando de várias delegacias. Desde 2021, ele era investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por uma ligação telefônica com Ronnie Lessa, apontado como o assassino da vereadora Marielle Franco.
Na época, Cipriano negou as acusações e alegou já ter prestado esclarecimentos sobre o caso. Ele acrescentou que a ligação aconteceu antes de Lessa ser acusado pelo homicídio de Marielle.
Em setembro do mesmo ano, Cipriano teve a indicação aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) como conselheiro para a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio (Agenersa).
Na época, a Agenersa afirmou que não comentaria a prisão do conselheiro, “uma vez que se tratam de fatos que não estão relacionados às atividades da agência e que ocorreram no período anterior à nomeação”.
O Globo*