11/02/2025
Política

Castro e Dino assinam acordo de criação de comitê para enfraquecer fontes de renda do crime organizado

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinam nesta quarta-feira (8) um acordo de cooperação técnica para a criação do Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos (Ciifra). O objetivo é combater as fontes de renda do crime organizado por meio da atuação conjunta entre vários órgãos.

A assinatura do documento que formaliza o acordo acontece no Palácio Guanabara, sede do governo estadual, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

O comitê será formado por membros da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), secretarias de Polícia Civil e da Fazenda, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Além do acordo, o governador e o ministro entregam 218 viaturas à Polícia Militar, que, de acordo com o poder estadual, representam um investimento de R$ 47,2 milhões.

Dino disse ainda que o ministério deflagrou, com o apoio de policiais civis de 5 estados, uma operação contra a violência nas escolas. Quatro pessoas eram procuradas.

Mudança na lei

Cláudio Castro voltou a defender a redução da progressão de pena para crimes graves e para presos portando armas de grosso calibre, como fuzis.

“A partir da questão da Maré, intensificamos conversas para que saísse do papel e para elaborarmos um projeto para o Brasil a partir do Rio de Janeiro, atingindo todo o país, e que pudesse ser um combate a máfias que já são maiores do que organizações criminosas locais”, explicou.

Castro destacou a importância da segurança pública para impulsionar as atividades econômicas e de outros setores do estado.

“Não são mais malotes para cima e para baixo. O problema da lavagem de dinheiro funciona dentro do sistema financeiro. Não podemos deixar que a atividade criminosa se formalize. O comitê é um pilar para resultados reais e não ficar em situações paliativas.”

Como será o Ciifra

A criação do grupo foi anunciada no mês passado. A força-tarefa tem o objetivo de intensificar o combate às organizações criminosas através de investigações de lavagem de dinheiro e recuperação de ativos. A intenção é enfraquecer financeiramente os grupos e reduzir o poder de expansão em comunidades do Rio.

O acordo terá validade inicial de 12 meses, contados a partir da data da publicação de seu extrato no Diário Oficial da União, podendo ser prorrogado. Após o prazo, os órgãos envolvidos deverão elaborar relatórios com resultados, discriminando as ações empreendidas e os objetivos alcançados.

Segundo os envolvidos no projeto, a criação do Ciifra permitirá compartilhar informações, métodos e técnicas, o que pode servir de molde para outros estados do Brasil.

Um dos pontos de partida para a criação do comitê são investigações já desenvolvidas pelo Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil do Rio, com foco para a recuperação de ativos.

A coordenação-geral do Cifra caberá à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao Ministério da Justiça, e à Secretaria de Polícia Civil do RJ. Já a coordenação operacional será da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil.

G1*

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