Defesa do desembargador do caso TH Joias diz que prisão é ilegal e pede soltura

A defesa do desembargador Macário Júdice Neto, preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (16), manifestou-se pela soltura imediata do magistrado. Segundo o advogado criminalista Fernando Augusto Fernandes, a defesa não teve sequer acesso à decisão que determinou a prisão, o que seria ilegal.
O desembargador foi um dos alvos da operação Unha e Carne, deflagrada nesta terça (16). Segundo os investigadores, ele é suspeito de repassar informações de modo a favorecer o Comando Vermelho. Macário Júdice é o relator do caso do deputado estadual carioca TH Joias, suspeito de ligação com a facção.
“A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”, disse Fernando Fernandes em nota à coluna. Segundo o causídico, o mandado de prisão apresentado pela PF dizia trazer em anexo a decisão. No entanto, os agentes que cumpriram a prisão disseram não ter o despacho de Alexandre de Moraes.
“É preciso investigar a quem interessa o afastamento do desembargador que determinou prisões no Rio de Janeiro e a criação de versões mentirosas que levaram aos fatos de hoje”, disse Fernando Fernandes. Ele nega que seu cliente tenha agido para favorecer a facção Comando Vermelho.
Denunciado por corrupção, desembargador foi nomeado por Lula
Em 2005, Macário Júdice foi afastado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) após ser denunciado pelo suposto envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. Macário Júdice atuava então como juiz federal no Espírito Santo. Dez anos depois, em 2015, ele foi absolvido nessa primeira ação penal.
Permaneceu afastado, no entanto, em função de uma apuração interna no TRF.
Finalmente, em maio de 2023, Macário foi nomeado desembargador federal pelo presidente Lula (PT). Ele era o juiz mais antigo na lista do TRF-2.
Leia abaixo a íntegra da nota do advogado Fernando Fernandes
“A defesa do Desembargador Macario Judice registra, desde logo, que Sua Excelência o Ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema. Ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”.
Com informações da Coluna de Andreza Matias, do Metrópoles.



