Segredo de Midas: Bretas manda bloquear R$ 1,6 bilhão em bens de Eike e filhos
Na decisão em que mandou Eike Batista novamente para a cadeia, o juiz Marcelo Bretas determinou a indisponibilidade de bens do empresário e dos filhos Thor e Olin no valor de R$ 1,6 bilhão.
Eike foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (8) em casa, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Ele chegou às 10h25 à Superintendência da PF no RJ, na Praça Mauá.
O R$ 1,6 bilhão bloqueado por Bretas será dividido ao meio para cobrir, segundo o Ministério Público Federal (MPF), danos morais e materiais.
Bretas também expediu mandado de prisão contra Luiz Arthur Andrade Correia, o Zartha, diretor de investimentos da EBX. Ele já é considerado foragido.
A prisão de Eike foi pedida pelo Ministério Público Federal (MPF) com base em delações de seis pessoas, como o banqueiro Eduardo Plass.
Segundo as investigações, Eike e seu sócio, Luiz Arthur Andrade Correia, o Zartha, diretor de investimentos da EBX, recebiam informações privilegiadas e investiam no mercado financeiro sem que seus nomes aparecessem.
Os ganhos desses investimentos, feitos por meio da empresa “The Adviser Investiments”, segundo o colaborador Eduardo Plass, eram revertidos em propinas para o então governador Sérgio Cabral.
A Operação Segredo de Midas
As investigações realizadas a partir das operações Eficiência e Hashtag revelaram que as contas utilizadas para o pagamento de propina ao ex-governador Sérgio Cabral foram usadas para manipular ações de empresas envolvidas negócios de Eike Batista.
O esquema utilizava a empresa The Adviser Investiments (TAI), com sede no Panamá, criada por Eduardo Plass e seus sócios, proprietários do TAG Bank – já envolvido nas investigações da Lava Jato.
O MPF afirma que Eike e Zartha usaram a TAI para atuar ilicitamente nos mercados de capitais nacional e estrangeiro. A dupla, segundo as investigações, usava informação privilegiada para trabalhar em cima de ações e de ativos bem antes do mercado – e, assim, lucrar.
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no RJ explicam que a TAI funcionou como um banco paralelo, atuando ilegalmente como uma instituição financeira que geria recursos de terceiros, mesmo sem autorização legal para tanto.
Para o mercado, a TAI passava a aparência de investir recursos próprios, pois omitia o real operador dos ativos.
G1*