Ex-braço direito de Paes recebeu propina, diz ex-secretário de Obras - Tribuna NF

Ex-braço direito de Paes recebeu propina, diz ex-secretário de Obras

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O ex-chefe de gabinete de Eduardo Paes (DEM), candidato ao governo do Rio de Janeiro, foi citado pelo ex-secretário de Obras Alexandre Pinto como um dos beneficiários de propina no esquema de corrupção na prefeitura da capital.

Atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM) do Rio de Janeiro, Luiz Antônio Guaraná, fez parte do grupo político de Paes ao longo de toda a trajetória do ex-prefeito, iniciada em 1993.

Pinto afirmou nesta quarta-feira (26) em interrogatório ao juiz Marcelo Bretas que Guaraná foi um dos beneficiários de propina. Por ser conselheiro, tem foro especial e foi interrompido pelo magistrado.

A declaração foi dada ao relatar que o pagamento de propina era uma praxe na Secretaria Municipal de Obras desde os anos 2000. Pinto, réu confesso, listou nomes de servidores que receberam os valores indevidos durante seu período no comando da pasta (2010-2016), quando mencionou o ex-chefe de gabinete de Paes.

“Cada um tinha um percentual. Eu tinha um percentual de 23%. O Vagner [Pereira, ex-subsecretário] e o Miguel [Estima, coordenador de licitações] ficavam com 14%, e o Luiz Carlos [da Rocha e Silva, coordenador-geral de obras], de 15%. O restante ficava para a pessoa que eu mencionei, o percentual maior”, afirmou Pinto, que não especificou o período no qual Guaraná supostamente recebeu os recursos.

Guaraná foi membro do secretariado de Paes ao longo de todo o primeiro mandato. Ocupou a pasta de Obras em 2009, foi para a Casa Civil em 2010 e depois para a chefia de gabinete até 2012 –o posto teve o status elevado a secretaria neste período.

Em 2013, foi eleito vereador e se tornou líder do governo da Câmara Municipal. Foi indicado pela Casa como conselheiro no ano seguinte. Desde então, interrompeu suas atividades políticas em razão do cargo.

Pinto não mencionou Paes em seu depoimento como um dos beneficiários de propina. Também não mencionou repasses a políticos.

Ele confessou ter recebido R$ 4 milhões de propina da Andrade Gutierrez em obras do município. Preso por duas vezes pela Operação Lava Jato, o ex-secretário de Obras está em recolhimento domiciliar desde que decidiu assumir os crimes que lhe são atribuídos.

Guaraná disse, em nota, que “nega ter participado de qualquer ato ilícito na sua passagem pela Prefeitura do Rio e está a disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos”.

Fonte: Folha de São Paulo

Alerj

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