Do pão à gasolina, alta do dólar pesa no bolso do consumidor - Tribuna NF

Do pão à gasolina, alta do dólar pesa no bolso do consumidor

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O dólar chegou próximo de R$ 4 nesta terça-feira e especialistas do mercado financeiro apostam ainda em uma trajetória de alta, especialmente devido à proximidade das eleições, que deixam o mercado mais desconfiado. Apesar disso, muitos acham que isso não afeta o bolso e o dia a dia, pois não ganham em dólar ou não pretendem viajar para o exterior. Porém, a verdade é que o dólar mais alto, por longos períodos, deixa o brasileiro de bolso mais vazio.

De acordo com economistas, a valorização e grande oscilação da moeda americana é o retrato de desequilíbrios em outros países como a Turquia, além de políticas do presidente americano, Donald Trump. Conforme apontam especialistas, é fato de que a alta do dólar impacta do mais rico ao mais pobre, e atinge até as donas de casa, muitas vezes despreocupadas com o preço da moeda.

Isso porque alta do dólar afeta a vida do consumidor diretamente porque puxa para cima a inflação, ou seja, dólar mais caro pode resultar em preços mais salgados aqui no Brasil. E a conta é simples: muitas matérias-primas essenciais para o cotidiano do país são importadas como trigo, gás e gasolina. Consequentemente isso provoca aumento do tradicional pãozinho francês, que não falta na mesa dos brasileiros, dos biscoitos, do macarrão e da gasolina, por exemplo, que ainda traz no rastro o aumento do preço de passagens aéreas, do transporte público e dos fretes.

— O dólar alto pressiona os preços, mas esse efeito não é imediato. Demora algum tempo. Se o dólar continuar subindo, e se mantiver alto por muito tempo, teremos sim aumento de preços em produtos importantes para nós brasileiros — diz o economista Nelson de Sousa, da faculdade Ibmec Rio.

Além disso, produtos que são produzidos aqui no Brasil e que fazem parte da cesta básica também têm seu preço atrelado ao dólar, o que faz o valor no supermercado subir quando a moeda está mais cara. É o caso das carnes bovina, suína e de frango, do café, da soja, do milho e do açúcar. Isto é, quando o dólar está mais caro fica mais vantajoso para o produtor vender o produto para países estrangeiros, o que causa menor oferta nos mercados e preços mais altos para o consumidor.

— Em cerca de dois ou três meses, se o dólar se manter alto, produtores começam optar por exportar mais. Isso diminui a oferta interna e faz produtos produzidos no país subirem de preço. É uma tendência nartural, mas que pressiona a inflação — diz Sousa.

Além dos alimentos, componentes de eletrônicos e eletrodomésticos como geladeiras e televisores também ficam mais caros e sentem o impacto da alta do dólar, porque muitos usam matérias-primas importadas. Remédios feitos com insumos importados também podem ter alteração nos preços caso a moeda americana se mantenha alta por um período de tempo muito grande.

Viagens

Quem deseja viajar para o exterior precisa ficar atento. O dólar turismo, em papel-moeda, chegou a ser vendido nesta terça-feira a mais de R$ 4,15, o que significa peso a mais no bolso de quem está com viagem marcada. Quem tem viagem marcada ou quer se preparar com antecedência, deve ficar sempre de olho na cotação. Assim, é possível se programar melhor para decidir a hora da compra. Sites de notícias, TV a cabo, sites das casas de câmbio e até pelo telefone: o acompanhamento constante permite uma avaliação sobre a trajetória da moeda.

Os preços do dólar variam de acordo com o banco e a corretora. Na hora de comprar, faça uma pesquisa ampla para decidir onde comprar. É preciso levar em consideração não apenas o valor da cotação, mas também outros custos envolvidos na operação.

Se a corretora entrega o dinheiro em casa, por exemplo, você vai economizar no gasto do estacionamento ou do transporte público: vale fazer a conta se vale a pena mesmo no caso de uma cotação mais alta. Alguns locais oferecem cotações melhores quando a compra é maior, acima de US$ 500 ou US$ 1 mil, dependendo do caso. Só tome cuidado para não comprar o dinheiro todo de uma vez, como explicado a seguir.

Analistas são unânimes ao afirmar que a melhor estratégia para comprar dólar é parcelar a aquisição aos poucos. O mercado de câmbio é dinâmico e nem mesmo o melhor dos especialistas é capaz de identificar o momento exato da cotação mais vantajosa. Com a compra parcelada, o consumidor garante uma espécie de câmbio médio, ou seja, não terá nem o valor mais alto nem o mais baixo.

Fonte: Extra

Alerj

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