TRF-2 confirma por unanimidade prisão preventiva de deputados da Furna da Onça
A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) concordou, em sessão nesta quarta-feira (14), com a conversão da prisão temporária em preventiva dos deputados presos na Operação Furna da Onça.
A prisão havia sido convertida de temporária para preventiva pelo relator da Lava Jato no Rio, Abel Gomes, no fim da noite de segunda-feira (12).
“Tivemos indicativo forte de vazamento (da operação Furna da Onça), constatado após crumprimento dos mandatos”, disse Gomes ao defender a conversão.
O relator foi seguido por Messod Azulay Neto. Ele defendeu que não há como deter a organização criminosa a não ser afastando-a da sociedade. Messod disse que nem mesmo a Operação Cadeia Velha, que prendeu outros três deputados, intimidou o grupo.
“Isso demonstra que os diversos tentáculos dessa organização riminosa se estendem não sabemos até aonde, mas fato é que (os suspeitos) obtêm informações e dados que podem prejudicar a instrução criminal”, disse o desembargador.
O vazamento também chocou a desembargadora chocou Simone Schreiber.
Fica muito evidente que há conexões importantes que podem prejudicar a instrução criminal, especialmente em relação aos deputados cujas atitudes indicaram conhecimento prévio das diligências”.
Gomes enumerou os motivos para a conversão da prisão. Além de uma auditoria da Receita Federal que, segundo ele, mostra a movimentação incompatível com os rendimentos, há uma série de indícios sobre vazamento de informações:
- Paulo Melo: bilhetes com assessores pedindo a queima de provas.
- André Correa: “quiprocuó” entre deputados ao saber da prisão, sabendo que ele estava na iminência de se candidatar à presidência da Alerj
- Luiz Martins: “farta” quantia de moeda em espécie
- Chiquinho da Mangueira: sem computadores, celulares e indícios de que esteve em hoteisa ntes de ser preso
- Marcus Vinicius Neskau: sem computadores nem em casa, nem no gabinete.
- Affonso Monnerat, secretário do governador Luiz Fernando Pezão: “Diploma do ensino superior em cima da mesa como se estivesse esperando (a prisão)”, segundo o relator.
Votaram ainda Paulo Espirito Santo e Ivan Athié.
Fonte: G1
