PF mira três familiares de Elmar Nascimento em nova fase da Overclean
A Polícia Federal (PF), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal do Brasil (RFB), deflagrou nesta quinta-feira (17/7) a 5ª fase da Operação Overclean, que investiga um esquema de fraudes em licitações, desvio de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro.
A informação é da Coluna de Mirelle Pinheiro, do Metrópoles.
O foco desta etapa é o município de Campo Formoso, na Bahia, apontado como epicentro dos desvios, e que tem forte ligação com o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA). Embora o parlamentar não tenha sido alvo direto, três de seus familiares foram atingidos pela operação.
A coluna apurou que entre os investigados está o prefeito de Campo Formoso, Elmo Aluízio Vieira do Nascimento, irmão de Elmar Nascimento, que teve mandados de busca e apreensão cumpridos em endereços ligados a ele. A prefeitura da cidade é suspeita de pagar milhões a empresas envolvidas em licitações fraudulentas, que serviriam para desviar recursos oriundos de emendas parlamentares.
Outro alvo é o assessor parlamentar Amaury Albuquerque Nascimento, primo do deputado. Ele foi desligado do gabinete de Elmar Nascimento após ser citado nas investigações. Amaury é suspeito de atuar como facilitador para empresas e empresários investigados, garantindo contratos superfaturados em troca de vantagens ilícitas.
Dinheiro pela janela
O terceiro familiar investigado é Francisco Nascimento, primo do deputado e ex-vereador de Campo Formoso. Ele ganhou notoriedade no ano passado ao jogar dinheiro pela janela durante uma ação da PF, em uma tentativa frustrada de se livrar de provas. Francisco volta a ser alvo nesta nova etapa por suspeita de intermediar contratos fraudulentos com a prefeitura local.
R$ 85,7 milhões bloqueados
Nesta fase, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Salvador (BA), Campo Formoso (BA), Senhor do Bonfim (BA), Petrolina (PE), Mata de São João (BA) e Brasília (DF). Além das buscas, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, além do afastamento cautelar de um servidor público.
Ao todo, a PF já identificou mais de R$ 1,4 bilhão em contratos suspeitos relacionados ao grupo. Os investigados poderão responder por organização criminosa, embaraço à investigação, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Por envolver pessoas com foro privilegiado, como o deputado Elmar Nascimento, o caso foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar dos indícios, todos os citados negam participação em qualquer irregularidade.
Fonte: Metrópoles