O bunker do prefeito
A Polícia Federal encontrou mais de doze milhões de reais em espécie — além de 156 mil dólares e 583 mil reais no carro — no apartamento de Paulo Iran Paulino Costa, servidor da Assembleia Legislativa de São Paulo, apontado como operador financeiro do prefeito afastado de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos). O dinheiro estava guardado em caixas pretas num cômodo trancado.
A apreensão foi classificada como “encontro fortuito de provas” porque os policiais não tinham mandado para investigar Costa naquele momento. Eles cumpriam ordem de prisão contra outro foragido, suspeito de golpes na internet, e, ao chegar ao endereço, receberam de funcionários do prédio a informação de que o imóvel pertencia a Costa. Ao abordá-lo no estacionamento, ele admitiu que havia dinheiro no carro e autorizou a entrada no apartamento.
Entre os papéis apreendidos, a PF achou um controle informal em post-its, com saldo inicial de mais de um milhão e oitocentos mil reais, rubricas como “Roque” e “saúde” e menção a um depósito de cinco mil reais para a primeira-dama de São Bernardo, Rosângela Lima. Havia o comprovante de pagamento de uma fatura de cartão de crédito do prefeito.
O caso integra a Operação Estafeta, que afastou Marcelo Lima por um ano e lhe impôs uma tornozeleira eletrônica. Réu desde 2021 por fraude em contrato de lixo, o prefeito é acusado pelo Ministério Público de favorecer a empresa Emparsanco com um aditivo de um milhão e quinhentos mil reais e de manter pagamentos mensais de 150 mil reais para sustentar o acordo. Mesmo com restrições judiciais, Lima foi reeleito no ano passado.
Com informações O Bastidor.