Nova diretriz reduz para 37,5°C temperatura considerada febre em crianças
Temperatura axilar de 37,5°C já é considerada febre, segundo a atualização mais recente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e merece atenção principalmente com bebês e crianças pequenas. A nova diretriz já era adotada na Clínica da Criança, referência no atendimento pediátrico na região, mas a Secretaria Municipal de Saúde reforça o alerta para pais e responsáveis observarem mais de perto os pequenos e adotarem as condutas corretas.
Pelo protocolo implementado pela Clínica da Criança, toda criança com quadro febril que chega à unidade é medicada imediatamente, mediante consenso dos pais ou responsáveis junto à equipe de enfermagem. Assim, bebês de até um ano de idade com temperaturas igual ou superior a 37,5ºC entram direto na classificação amarela.
As crianças de 1 a 5 anos com temperatura acima de 39°C são encaminhadas para medicação via intramuscular. Após a medicação, a criança é classificada como azul ou verde e passa a aguardar a sequência do atendimento pela ordem de chegada.
As crianças de 1 a 5 anos com temperatura abaixo de 39°C são encaminhadas para medicação por via oral. Esse mesmo procedimento é adotado para as crianças acima de 5 anos. Também após a medicação, esses dois grupos são classificados como azul ou verde, aguardando atendimento pela ordem de chegada.
“Esse protocolo de febre é de extrema relevância na emergência pediátrica, tendo em vista nossa alta demanda de atendimento. O antitérmico é prescrito pelo médico de acordo com o peso da criança. Nosso objetivo é proteger nossas crianças do risco de convulsões e priorizar as vagas de prioridade para quem realmente precisa”, explica o enfermeiro Conrado Barros Basto da Silva.
Quem já aprovou o protocolo foi Keila Calisto Pessanha, mãe da Hadassa Quézia, de 3 meses, e Kalebe, de 2 anos. “O atendimento foi muito bem e também deixa a gente mais segura”, disse durante passagem pela unidade nessa terça-feira (26).
CUIDADOS INICIAIS EM CASA
Febre nem sempre é infecção, mas uma resposta do corpo a diferentes situações. Pode estar relacionada a processo inflamatório, como o nascimento dos dentes, reações naturais do corpo a alguma instabilidade momentânea, como explica a médica da família e subsecretária de Atenção Primária à Saúde, Ana Carolina Xavier.
“Os pais precisam observar o estado geral da criança, além da temperatura. Se está se alimentando, conseguindo se hidratar, se continua ativa, brincando, interagindo com o adulto. Esses sinais ajudam a diferenciar uma febre passageira de uma situação que merece maior atenção médica”, explica.
Antes de correr para um pronto atendimento, algumas medidas simples em casa podem ajudar no controle da temperatura, como: oferecer líquidos para manter a hidratação, dar banho com água fria ou aplicar compressas em áreas estratégicas como axila e pescoço, manter a criança em ambiente arejado e com roupas leves, além de usar antitérmico, conforme o peso da criança e orientação médica.
“Entender que a temperatura não está baixando, apesar das medidas, mas evolui com desânimo, prostração, dificuldade de ingerir líquidos e alimentos é sinal para que o responsável busque atendimento e uma avaliação especializada”, orienta Ana Carolina.
O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
A subsecretária destaca também que Unidades Básicas de Saúde da Família (BSFs) são compostas por médicos e enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família, qualificados e capacitados para atender indivíduos de todas as idades e, isso inclui crianças, adultos e idosos.
“Embora não sejam unidades direcionadas para atendimento de urgência e emergência, as UBSFs devem ser acionadas para esclarecimento de dúvidas, para orientações desses pais. Então, pais que estão com uma criança em casa com algum sintoma, alguma questão de saúde podem e devem procurar os profissionais da equipe de Estratégia Saúde da Famílias para orientação. Entendo que funcionam como espaços de educação em saúde, prevenção de doenças e promoção do cuidado contínuo dentro daquele território”, completou.
Secom*