HFM monitora risco de intoxicação por metanol e reforça alerta à população
Nos últimos dias, os casos de intoxicação por metanol têm ganhado grande repercussão em todo o Brasil. Em Campos, no entanto, não há registro de atendimento, nem de pacientes com suspeita de ingestão da substância no Hospital Ferreira Machado (HFM), principal referência em urgência e emergência para toda a região Norte e Noroeste Fluminense, nem no Hospital Geral de Guarus (HGG) e no Hospital São José (HSJ). Ainda assim, as unidades de emergência já estão orientadas para identificar e notificar qualquer caso suspeito.
A direção do HFM reforça a orientação para que a população evite o consumo de bebidas de procedência duvidosa, principalmente as destiladas, já que o metanol é altamente tóxico e pode provocar sérios riscos à saúde. Utilizado industrialmente em solventes e produtos químicos, o metanol, quando ingerido, é transformado pelo fígado em substâncias que atacam o sistema nervoso central, podendo causar cegueira, insuficiência pulmonar e renal, falência de órgãos e até a morte, mesmo em pequenas quantidades.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HFM, Christiane Ramos, a situação é recente e está sendo acompanhada de perto pelas autoridades sanitárias.
“Essa questão vem sendo amplamente divulgada pelo governo federal e estadual, e deve ser considerada como um evento de saúde pública. Estamos seguindo todas as orientações emitidas em notas técnicas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde. Nossa equipe está atenta e preparada para agir caso algum paciente com suspeita seja admitido na unidade”, destacou.
A coordenadora explicou que a notificação de possíveis casos deve ser feita de forma imediata. “A orientação é notificar imediatamente tanto o Município quanto o Estado, através do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), em duas frentes: uma para intoxicação exógena e outra para evento de saúde pública. A partir dessa notificação, inicia-se uma investigação que busca identificar a origem do produto consumido, num trabalho conjunto entre Município, Estado e Ministério da Saúde”, explicou Christiane.
O diretor clínico do HFM, Hugo Calomeni, acrescentou que as equipes já estão sendo preparadas para eventuais ocorrências. “Estamos alinhados às orientações do Estado e já providenciamos os exames e protocolos necessários para o atendimento dos casos suspeitos. Também estamos em contato com a presidência da Fundação Municipal de Saúde, com a Secretaria de Saúde e com a Prefeitura para definir medidas adicionais. Não falaria em surto, mas é possível que apareçam alguns casos, e precisamos estar prontos para agir com rapidez”, frisou.
Notificação Imediata
A preocupação com a intoxicação por metanol levou a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro a publicar, nessa quinta-feira (2), a Resolução SMS nº 6592/2025, que torna obrigatória a notificação imediata (em até 24 horas) de casos suspeitos ou confirmados. A medida segue a Portaria GM/MS nº 6.734, que inclui a intoxicação exógena por metanol na lista de eventos de saúde pública de notificação compulsória em todo o país.
Assim, diante da gravidade do risco, as autoridades reforçam a importância de que a população redobre os cuidados, especialmente evitando bebidas de procedência desconhecida, e procure imediatamente um serviço de saúde em caso de sintomas suspeitos.
Secom*