‘Faraó dos Bitcoins’ e mais 11 serão julgados pela morte de investidor de criptomoedas na Região dos Lagos
A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou recurso impetrado pela defesa de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, e de outros seis de um total de 12 réus, e confirmou que todos serão submetidos a júri popular pela morte do investidor de criptomoedas e youtuber Wesley Pessano Santarém , de 19 anos. A vítima foi executada a tiros num Porsche, no dia 4 de agosto de 2021, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.
Apontado como o mentor de um esquema de pirâmide, baseado na Região dos Lagos, que teria movimentado ilegalmente, segundo estimativa da polícia, cerca de R$ 10 bilhões, Glaidson está preso há quatro anos. Ele também responde por crime contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A morte de Wesley ocorreu no bairro São João. Segundo testemunhas, Wesley estava chegando no Porsche para cortar o cabelo, na Rua Marechal Castelo Branco, quando outro veículo com homens armados emparelhou com o automóvel de luxo. Tiros foram disparados e a vítima acabou morta. Um homem que estava no banco do carona do conversível também foi baleado. Socorrido para um hospital da região, ele sobreviveu aos ferimentos.
Segundo dados que constam no processo, os tiros foram disparados por dois homens. Glaidson é apontado nas investigações como mandante do assassinato. Ele teria encomendado o crime para outro suspeito, que organizou o assassinato e contratou os executores. A motivação do homicídio estaria ligada aos negócios com criptomoedas. Wesley era concorrente e trabalhava na Região dos Lagos com o mesmo tipo de investimento oferecido pelo “Faraó dos Bitcoins”.
Ao saber da decisão, Carla Pessano, de 43, mãe de Wesley, disse que a Justiça começou a ser feita.
— Meu filho foi arrancado de mim de forma covarde. Faz quase quatro anos que eu acordo todos os dias com o coração partido. Sinto que esta decisão a Justiça começou a ser feita — disse.
O advogado Luciano Regis que defende os interesses da família da vítima e atua no processo como assistente de acusação, também comemorou a decisão.
— A verdade vai a júri como dever ser. Seguiremos firmes até que a Justiça seja feita —concluiu.