30/04/2025
Política

Ex-presidente da Beija-Flor e sobrinho de Anísio, Ricardo Abrão assume vaga de Brazão na Câmara

A vaga do deputado de Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), que teve seu mandato cassado, na quinta-feira, por decisão da Mesa Diretora da Câmara, foi assumida na manhã desta sexta-feira pelo empresário Ricardo Martins David, mais conhecido como Ricardo Abrão (UNIÃO-RJ). Aos 52 anos, ele assume a vaga em definitivo até fevereiro de 2027. Ricardo Abrão é filho Farid Abrão David, ex-prefeito de Nilópolis por três mandatos e ex-presidente da escola de samba Beija-Flor, e sobrinho do do bicheiro Aniz Abraão David, o Anísio. Nas eleições de 2022, obteve 43.219 votos.

Ricardo Abraão também foi presidente da Beija-flor, onde sucedeu seu pai no comando entre 2017 e 2021. em duas oportunidades exerceu o cargo de deputado estadual tendo sido eleito em 2002 e 2010. Por um curto período esteve à frente da Secretaria Especial de Ação Comunitária da prefeitura do Rio, substituindo justamente Chiquinho Brazão, entre fevereiro e março de 2024.

Como suplente, Ricardo Abrão já assumira a vaga na Câmara dos Deputados em três oportunidades desde 2023, sempre por períodos curtos. De fevereiro a julho de 2023, depois de outubro a novembro do mesmo ano. Naquele mesmo mês voltou a ocupar uma cadeira no parlamento onde permaneceu até 1º de fevereiro do ano passado. No período, discursou apenas duas vezes e apresentou 87 propostas. Uma delas para realização de audiência pública sobre a venda de cigarros eletrônicos, na Comissão de Saúde.

Brazão cassado

No ato assinado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros integrantes da Mesa, consta como motivo da perda de mandato de Brazão a ausência nas sessões da Casa. Chiquinho Brazão está preso desde março do ano passado por suspeitas de ser mandante do assassinato de Marielle Franco (PSOL).

A decisão foi publicada no Diário Oficial da Câmara de hoje. O documento disse que declarou “a perda do mandato eletivo do deputado João Francisco Inácio Brazão por incorrer na hipótese prevista no art. 55, Ili e§ 3° da Constituição”. O artigo citado, do regimento interno da Câmara, fala sobre os critérios de presenças em sessões.

Apontado como um dos mandantes do assassinato de Marielle, Chiquinho e seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, foram presos no dia 24 de março. A prisão foi confirmada em votação na Câmara em abril. Em agosto do ano passado, o Conselho de Ética da Casa aprovou um relatório que recomenda a perda de mandato dele. Apesar disso, o texto nunca chegou a ser pautado em plenário.

A líder do PSOL na Câmara, Talíria Petroni (RJ), que era próxima de Marielle, celebrou a perda de mandato de Brazão, mas criticou a forma como isso aconteceu.

“Já havia passado da hora do acusado de mandar matar Marielle perder seu mandato de deputado. A política não pode comportar miliciano e gente com tão grave acusação. Mas lamento profundamente que isso não tenha acontecido via deliberação de plenário pela cassação. Claramente com objetivo de preservar os direitos políticos daquele que possivelmente mandou executar Marielle e Anderson para que ele não fique inelegível. E também para preservar seus aliados deputados em plenário para que não coloquem suas digitais na cassação”, declarou.

O primeiro vice-presidente da Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ), o segundo vice, Elmar Nascimento (União-BA), o primeiro-secretário, Carlos Veras (PT-PE), o segundo secretário Lula da Fonte (PP-PE), a terceira secretária Delegada Katarina (PSD-SE) e quarto secretário Sergio Souza (MDB-PR) também assinaram a decisão.

Fonte: O Globo

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