Empresário dono de famoso rancho em Campos é suspeito de ‘chefiar’ esquema de fraude em licitações e lavagem de dinheiro
O empresário W.C.L. dono de um rancho, em Campos dos Goytacazes, foi alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (13), durante a Operação Caballus, deflagrada pela Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), vinculada ao Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro. O empresário está no Rio de Janeiro, onde presta depoimento à Polícia Civil.
A ação teve como objetivo cumprir 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada. A investigação apura a atuação de uma organização criminosa que fraudava licitações para fornecimento de medicamentos e materiais hospitalares em diversos municípios fluminenses, incluindo Campos, movimentando ao menos R$ 220 milhões entre 2018 e 2023.
Segundo a delegada Ana Carolina Medeiros, responsável pelo caso, o esquema utilizava empresas de fachada sem capacidade operacional real, criadas exclusivamente para vencer licitações e desviar recursos públicos em benefício do líder do grupo.
“Essas empresas de fachada, que hoje foram alvo de busca, de fato eram inexistentes, não tinham capacidade operacional para fornecer os produtos, serviços, medicamentos e materiais. Se prestavam a beneficiar o líder dessa organização criminosa, que é o W.C.”, afirmou.
Durante as buscas, foram apreendidos cavalos de alto valor – com estimativa de até R$ 3 milhões –, veículos de luxo, celulares, documentos e outros materiais que poderão subsidiar a continuidade das investigações. O rancho, utilizado para lavagem de dinheiro, foi um dos alvos da operação. “O rancho era utilizado também para lavar dinheiro, razão pela qual ele foi alvo de busca”, explicou a delegada.
Ainda segundo Ana Carolina, as empresas investigadas recebiam dinheiro de prefeituras e utilizavam parte dos recursos para pagar boletos e tributos relacionados ao haras. “Todo o dinheiro que entra nas empresas é dele, todo o destinatário é ele. Então ele é o centro, ele movimenta todas essas empresas que são de fachada, estão em conluio para beneficiar o líder da organização”, disse.
As investigações apontam que as fraudes envolveram, além da Prefeitura de Campos, as prefeituras municipais de Niterói, São Fidélis e Quissamã. A delegada destacou que esta é apenas a primeira fase da operação. “A gente vai aprofundar agora com esse material apreendido hoje para dar continuidade e concluir esse inquérito”, afirmou.
Em nota a Prefeitura de Campos informou:
Conforme noticiado, as investigações tiveram início em 2018, durante o governo anterior. Na atual gestão, há um rigoroso controle sobre suas aquisições, tendo, inclusive, uma empresa de logística específica para a área da Saúde, cujos serviços incluem recebimento, conferência e distribuição. A Prefeitura está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos, inclusive, franqueia a visita ao seu centro operacional de distribuição.
Para garantir o ressarcimento aos cofres públicos, a Justiça autorizou o bloqueio de cerca de R$ 220 milhões em contas vinculadas aos investigados, além do sequestro de bens. A operação segue em andamento e novas fases não estão descartadas.
O site Ururau enviou pedido de nota para o advogado do empresário, a prefeitura de Quissamã e São Fidélis e aguarda uma resposta.
Fonte: Com informações Ururau/ Polícia Civil
